Adesão - Cola de Caseína

As colas têm sido utilizadas por milhares de anos para uma grande diversidade de aplicações, sendo que até o início deste século as principais matérias-primas utilizadas eram de origem animal ou vegetal, como o sangue de alguns animais ou resinas naturais extraídas de folhas e troncos de algumas árvores. Actualmente uma grande variedade de cola é produzida industrialmente a partir de substâncias sintéticas, com a finalidade de se obter propriedades adequadas aos novos materiais, como polímeros, cerâmicas especiais e novas ligas metálicas.


Algumas das colas produzidas pela indústria moderna apresentam alto poder de adesão combinado a uma apreciável resistência a temperaturas elevadas; outras mantêm uma considerável flexibilidade mesmo depois de curadas. Certas colas, como a de carpetes por exemplo, embora eficientes podem apresentar problemas para a saúde por eliminarem substâncias orgânicas voláteis por muito tempo depois de aplicadas.

As colas naturais ainda são recomendadas para aplicações consideradas não especiais, como para colar papéis ou peças de madeira na construção de pequenos objectos de uso doméstico. A cola de caseína, por exemplo, tem um grande poder de adesão e pode ser facilmente preparada.

O seu fabrico é do começo do século XIX.
Na Primeira Guerra Mundial esta cola era muito utilizada na construção de aviões que tinham sua estrutura montada quase exclusivamente por peças de madeira. Uma desvantagem que esta cola apresentava, assim como outras colas "naturais", era a possibilidade de absorver humidade e assim, desenvolver fungos que se alimentavam dela. Algumas ocorrências deste tipo levaram os construtores de aviões a abandonar a cola de caseína, o que parece ter sido uma decisão bastante razoável.

Apesar de terem sido suplantadas actualmente por colas sintéticas. Ainda são empregues nos EUA para armações em lamelado-colado destinadas a construções interiores e em todos os lugares do mundo para o concerto de planadores e para certos tipos de contraplacados.

A caseína é a principal proteína presente no leite (aproximadamente 3% em massa) e é bastante solúvel em água por se apresentar na forma de um sal de cálcio. Sua solubilidade é fortemente afectada pela adição de ácidos que, pela redução do pH, que reduz a presença de cargas na molécula, fazendo com que a sua estrutura terciária seja alterada e, consequentemente, levando-a à precipitação.

Trata-se, no que diz respeito, de técnicas de colagem a frio. Estas colas são fornecidas sob forma de pó e só é necessário acrescentar água em volume igual à quantidade de pó. A massa obtida deve descansar 20 a 30 minutos a fim de se ter uma boa fluidez e viscosidade. Distinguem-se 3 tipos de caseína a frio: a caseína para trabalhos de aviação, a caseína ordinária que serve para a colagem madeira resinosas ou gordurosas, e a caseína contendo anticépticos empregue no fabrico de armações laminadas coladas.

A cola preparada pode ser conservada 8 horas a 10º e 2 horas a 25º, sendo a espessura máxima das juntas de colagem de 5/10m, aumentado a 10% podendo obter juntas mais compactas.


Condições de realização das colagens

Humidade da madeira inferior a 8% mas é possível até 15%.

Prazo de junção aberta 10 a 15 minutos. Pressão a frio 5 Kg/cm3

Duração da pressão, 6 a 10 horas no mínimo.



Emprego das colas de caseína a quente

São referentes principalmente ao fabrico de certos contraplacados de embalagem ou destinados a serem postas em contacto com produtos alimentares.



Inconveniente
A cola de caseína sendo alcalina, mancha as madeiras que contêm tanino (carvalho, acaju)



Quando preparados correctamente, com matéria-prima de primeira qualidade e os processo de colagem seguem um critério tecnicamente aconselhável, os resultados obtidos são perfeitamente satisfatórios.

1 Comentário:

Arestauro disse...

gostei muito de tomar contacto com as informações aqui contidas. parabéns!