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Protecção ambiental - Produção contraplacado

Empresas do ramo dos contraplacados investem cada vez mais, no sector de produção, referente à qualidade do meio ambiente, por exemplo no controle de qualidade de água e reaproveitamento da mesma.


CAIXA DE DECANTAÇÃO

No processo de fabrico de contraplacados utiliza-se de cola para unir as lâminas de madeira. Na etapa de colagem destas lâminas, o equipamento utilizado fica sujo com cola. Neste caso, as batedeiras de cola e as passadeiras de cola, são lavadas. A água resultante desta lavagem é encaminhada para uma caixa de decantação (Figura seguinte), onde é a água é separada dos residuos sólidos.
Quando a caixa de decantação chegar ao seu limite de capacidae, esta é limpa e o material retirado pode ser incinerado no forno da caldeira.

Impacto ambiental produção contraplacado

Contraplacado - Processo de Fabrico

Em empresas de dimensão considerável, processo de produção de contraplacados inicia com a selecção de árvores, separando segundo diversos parâmetros de qualidade. Essas árvores são transformados em toros e, após aquecimento e laminação, são submetidos à secagem.

São aproximadamente 15 as etapas necessárias para a produção do contraplcado:

1. Os Toros são cozidos:

O cozer dos toros é o processo que precede a laminação dos mesmos. Tem como intuito amolecer as fibras da madeira, tornando-a mais flexível de forma a minimizar o surgimento de fendas, aumentando a resistência e a tracção perpendicular da madeira. A qualidade da lâmina tem uma relação directa com tempo e temperatura a que será sujeito.

Os toros permanecem armazenados em estufas aquecidas a vapor, de 6 a 8 horas com temperatura de aproximadamente 160°C.



2.Processo de Laminação:

Desenrolo
Após a etapa anterior, os toros entram no torno, ou desenrolador, que é o equipamento utilizado para a obtenção das lâminas contínuas através de cortes paralelos. O seu processo caracteriza-se por um processo de desenrolamento do toro, e as lâminas são alcançadas a partir de uma superfície curva.

No corte rotativo,  90% do folheado é aproveitado para folhas utilitárias e painéis estruturais.


 
Valores aproximados:
Velocidades de desenrolamento: 50 - 300 rpm
Produção: 30 -350 m/min
Tronco de pinheiro Ø 30 cm desenrolado ≈ 20 segundos 




Centragem Toro


Geometria de corte


Barra de pressão

A barra de pressão comprime ligeiramente a madeira antes da entrada da faca.
É fundamental para uniformidade da espessura da folha menorizar o problema das fendas.

Pressão correcta, com compressão a 93% da espessura da folha.

Pressão insuficiente. Fendas grandes na face frouxa

Guilhutinagem


1 Madeira
2 Faca
3 Barra de pressão
4 Fixação da peça de madeira
5 e 6 Distâncias gume - barra de pressão
7 Ângulo de corte

Geometria de corte


Distâncias faca - barra de pressão
d1 vertical
d2 horizontal

P- Barra de pressão
K - Faca
Folheado (d = e)

Efeitos decorativos
Cortar folhas segundos vários planos para originar efeitos estéticos






3. Acerto das Lâminas:
Após a laminação, as folhas são transportadas para uma guilhotina que, através de cintas, são aparadas segundo medidas especificas para cada tipo de placa. São também separadas as lâminas para a produção, as que possuem resíduos da casca ou se encontram partidas. Após a separação são encaminhadas para um triturador, sendo utilizado como combustível para o funcionamento da Caldeira.

4. Secagem:
A secagem consiste num processo de retirada da água até um determinado teor de humidade, com consequências mínimas nos defeitos, no menor tempo possível e de forma metódica.

O objectivo da secagem das lâminas é ceder as condições adaptadas para a formação de painéis, onde durante a prensagem, a quantidade de humidade influencia a velocidade de solidificação do adesivo.

É de lembrar que quanto menor o teor de humidade da madeira, maior será a velocidade de cura ou solidificação do adesivo.

Secadores:

Câmaras metálicas
Comprimento 8-30 m
Largura ≤ 5 m
Secagem em contínuo
Controlo da temperatura, circulação do ar e velocidade do folheado 60-80º C

Transporte por rolos:

Contribui para aplanar o folheado, não sendo apropriado para folheado frágil.



Secador de cinta
Valores tipicos da tempera do ar de secagem: 80 - 110ºC


Secador de jacto de ar


Secador de tambor
Secador de tambores perfurados: Apropriado apenas para folheado fino: aderência por vácuo

feitos de secagem: Ondulação, fendas, manchas
Um dos factores de maior importância na produção de contraplacados refere-se ao teor de humidade final das lâminas. Neste processo as lâminas passam por secadores, onde todo o processo se conclui-se em aproximadamente 20 minutos.


5. Classificar as Laminas:
As lâminas são separadas de acordo com as suas características físicas. A classificação das lâminas refere-se ao uso das mesmas como capa ou contra-capa. Esta classificação é feita da seguinte maneira:

Classe A: Lâmina limpa sem nós ou falhas;
Classe B: Presença de nós com pequenos diâmetros;
Classe C: Apresentam poucos defeitos;
Classe D: Poderá apresentar algum tipo de defeito;


6. Colagem das folhas:
Este é o processo em que a lâmina recebe cola e/ou resina. A cola é preparada de acordo com as exigências de resistência do contraplacado e tipo de madeira que vai ser colocada. As principais matérias-primas empregues no processo de colagem são:

• Resinas Fenólicas WBP;
• Extensores (substâncias á base de amido ou proteína com alguma acção adesiva e que são adicionados na composição dos contraplacados);
• Água: Ajusta a viscosidade da cola pronta.





7. Montagem dos paineis:
A montagem é o processo em que são formadas as várias camadas do contraplacado. Essas camadas organizam-se de forma que as fibras de uma camada sejam perpendiculares às fibras, das camadas abaixo e acima desta. Usa-se um número ímpar de camadas, sendo que as folhas externas são chamadas de capas e as internas de miolos.


8. Assemblagem:
É o tempo de descanso dos painéis após a montagem. Esse descanso possibilita a permuta e a penetração da cola nas lâminas. O tempo mínimo para a assemblagem é de 40 minutos e o máximo é de 12 horas. Estes dados são fornecidos, geralmente, pelos fabricantes das resinas utilizadas.


9. Pré-prensagem:
Esta etapa consiste na prensagem a frio dos painéis logo após a montagem, para a transferência da cola das camadas internas. Neste processo evita-se a rápida secagem da cola aplicada.

10. Prensagem:
A prensagem é feita a quente por meio de mecanismos a vapor, onde os painéis ficam submetidos a aproximadamente 1min p/ milímetro a 130 graus para a cura da cola.

11. Reparação:
É a utilização de massa ou reparadores sintéticos para reparos de pequenos defeitos em painéis de contraplacados.

12. Maquinação:
É o processo em que as placas passam pela esquadrejadora, onde são feitos os acabamentos laterais.


13. Lixagem:
Os painéis contraplacados passam pela lixadeira com o intuito de alisar as faces das placas.

14. Acabamento:
Esta etapa consiste na aplicação de gesso para a cobertura de possíveis defeitos e reparos de nós e fendas.

15. Embalamento:
Os painéis são colocados em cima de pallets que depois seguem para a finalização do acabamento. Após isto são amarrados com fita de aço e protegidos com cantoneiras, onde esta fita passa, assegurando o maior cuidado e segurança possível com o produto.

Colocação de Contraplacado - Diferentes formas

COLOCAÇÃO POR COLAGEM


As placas ou painéis podem ser directamente colocados sobre a parede por meio de colas de neoprene ou borracha natural. Este sistema permite obter uma superfície lisa sem marcas de pregos, sempre que o suporte seja plano, não tenha manchas de humidade e se apresente com o acabamento cuidado. A natureza do suporte deve ser compatível com a cola utilizada, pelo que é aconselhável seguir as indicações do fabricante.

Com frequência, torna-se necessário realizar uma aplicação prévia de cola nas superfícies que vão contactar.
Para esse efeito, aplica-se com um rolo, no paramento a revestir e na contraface do painel, a cola diluída no seu dissolvente numa percentagem de 30%. Decorrido o tempo de secagem, ou seja, quando os dissolventes contidos na cola se evaporarem, aplica-se cola novamente no suporte e no painel, sem desta vez utilizar diluente.

Coloca-se, então, o painel na posição exacta e martela-se toda a sua superfície a fim de se obter uma completa aderência. Para evitar que a face do painel se deteriore interpõe-se um pedaço de madeira entre aquele e o martelo.

COLOCAÇÃO POR PREGAGEM

Neste processo de colocação é necessário preparar uma armação de madeira e fixá-la à parede para receber o painel de revestimento. A armação é composta por pequenas fasquias desecção variável (40 x 15 mm ou 50 x 25 mm), presas verticalmente à parede e distanciadas entre si 40 a 50 cm, sendo conveniente aplicar transversalmente peças de madeira com a mesma secção de forma a constituir uma grade. Sobre esta estrutura prega-se o contraplacado, podendo o espaço entre as fasquias ficar vazio para permitir a circulação do ar, ou ser preenchido com material isolante. No primeiro caso aconselha-se a praticar furos ou rasgos nas réguas para que se garanta o arejamento interior.

Os painéis de contraplacado tradicionais podem receber qualquer tipo de acabamento.
Depois de bem acabados, é possível pintá-los, encerá-los, atapetá-los ou envernizá-los, utilizando as mesmas técnicas aplicadas a qualquer outro tipo de madeira. Os painéis de alta qualidade, revestidos com folhas de madeira ricas de desenho e cor, destinados para decorações murais, são adquiridos inteiramente acabados, em geral.

Dependendo portanto do tipo de colagem e da espécie da folha de madeira, o contraplacado pode ser utilizado em condições interiores secas ou exteriores húmidas. O contraplacado é, assim, a escolha adequada para um sem número de aplicações, da indústria à arquitectura e construção. Os produtos acabados incluem elementos de carpintaria, mobiliário, pavimentos para comboios e autocarros, revestimento exterior, cofragem, acabamentos, aplicações em edifícios públicos com exigências de resistência ao fogo e, na generalidade, todo o tipo de aplicações de painéis em interior ou exterior. Quando revestido com folha de madeira ou outras superfícies decorativas é muito utilizado na indústria de caravanas. Produzido com resinas especiais é um produto aconselhado para a construção naval.

Contraplacado - Tipos e Aplicação

CONTRAPLACADOS COMUNS
São contraplacados normais (três folhas) ou múltiplos, compostos por folhas de 1mm a 3mm de espessura, devendo esta em qualquer caso ser uniforme para todas as folhas componentes de uma mesma placa. Existem placas de 3mm a 25mm de espessura, com dimensões que podem variar de 900mm a 1830mm para a largura e de 1220mm a 3100mm para o comprimento, sendo no entanto a dimensão mais frequente 1220 x 2440mm.

Geralmente a sua qualidade é indicada por uma denominação ou simbologia que caracteriza a natureza da cola empregue e, consequentemente, define os tipos de utilização (para interiores ou para exteriores), bem como a espécie de madeira empregue no fabrico, sendo as mais usuais o mogno, a tola, o carvalho, o freixo, a faia e o castanho.

No caso dos contraplacados que se destinam para o interior das habitações, temos o “contraplacado desenrolado” e o “contraplacado decorativo/listado”. O “contraplacado desenrolado” é formado por placas constituídas por folhas cruzadas de madeira natural coladas com resina química, sendo as faces em “folha” de madeira desenrolada, designada por “corte contínuo”. O “contraplacado decorativo/listado” é também formado por placas constituídas por folhas cruzadas de madeira natural coladas com resina química, mas as faces são em folha de madeira listada, designada de “corte plano”.

No caso dos contraplacados cuja utilização é para o exterior das habitações, temos essencialmente três tipos de contraplacados: o “contraplacado marítimo”, o “contraplacado marítimo form” e o “contraplacado marítimo desk”.
O primeiro pode definir-se como sendo constituído por folhas cruzadas de madeira natural e, por conseguinte, com as mesmas características do “contraplacado desenrolado”. É resistente à água, em geral, e também ao envelhecimento, tendo de igual modo as faces em “folha” de madeira desenrolada.

Quanto ao “contraplacado marítimo form” é constituído por partículas de pinho marítimo que se encontram aglomeradas com resina química, sendo também resistente à humidade mas por acção da pressão e da temperatura. As suas faces caracterizam-se por serem revestidas com filme fenólico de ambos os lados e topos selados com resina acrílica.
Por fim, o contraplacado marítimo “desk” é constituído por placas de folhas cruzadas de madeira natural com uma resistência mecânica elevada, coladas com resina resistente à humidade em geral. Os primeiros dois tipos de contraplacado são apropriados para o sector produtor de carroçarias, para aplicar em ambientes caracterizados por exposição a grande humidade, construção civil e embarcações. O terceiro tipo é muito utilizado em cofragens.
Resumindo, apresenta-se a seguir alguns produtos existentes no mercado:

Contraplacado de resinosas – Contraplacado utilitário para uso exterior em cofragens, embalagens e edifícios.

Contraplacado de resinosas decorativo – Contraplacado ranhurado destinado a ser utilizado em interiores e em exteriores, conferindo o aspecto de um apainelado tradicional para uma colocação muito mais rápida.

Contraplacado de folhosas temperadas – Painéis em Choupo, Faia ou Bétula para aplicações em ambientes secos ou húmidos com topos protegidos, na decoração de interiores de autocarros e transportes ferroviários.

Contraplacado de folhosas temperadas especiais – Painéis para aplicações de grande precisão ou de exigências elevadas em termos mecânicos, de moldagem, etc.

Contraplacado de folhosas exóticas – Painéis com superfície em madeira exótica (Okoumé) especialmente adaptados para organização de espaços interiores ou exteriores.

Contraplacado decorativo de folhosas exóticas – Contraplacado ranhurado destinado a ser utilizado em interiores e exteriores, conferindo o aspecto de um apainelado tradicional para uma colocação muito mais rápida, ou painel com superfície destinada a ser revestido com acabamento transparente (verniz, laca, etc.).

Contraplacado de folhosas exóticas especiais – Painéis para aplicações de grande precisão, construção naval, cercas, pavimentos, pista de skate e outras.

Conforme as folhas que se podem colocar sobre a “alma” do contraplacado, temos:

Placas engradadas – formadas por alma de grande espessura constituída por sarrafos ou ripas de secção quadrada ou rectangular dispostas em grade. As suas faces externas são revestidas com placas de contraplacado comum.

Placas lameladas – nas quais a alma do painel é constituída por lamelas de espessura variável, geralmente, não superior a 25 mm, colocadas lado a lado e coladas umas às outras. As suas faces externas são revestidas com folhas de madeira mais rica e com acabamento mais cuidado que o contraplacado comum.

Placas alveoladas – que apresentam uma alma constituída por uma estrutura de réguas de pequena espessura feitas de madeira, de painéis de fibra ou até de cartão leve, formando alvéolos que são recobertos de ambos os lados por placas de contraplacados decorativos. São utilizadas geralmente para fabrico de portas planas.

Placas moldadas – que são fabricadas utilizando moldes contra os quais se aperta por prensagem as folhas de madeira com cola e afim de se obter perfis encurvados de formas diversas destinados ao fabrico de móveis, revestimentos, etc.

Placas decorativas – formadas por contraplacados revestidos exteriormente por madeira fina. Entre as suas variedades figuram painéis em que uma das faces é sulcada ou esculpida, de forma a apresentar relevos discretos.

Contraplacado - Definição e Processo de Fabrico

Designa-se por “contraplacado”, segundo alguns autores, o “painel constituído por um número ímpar de folhas coladas umas sobre as outras, prensadas, conferindo-lhe uma certa rigidez. É formado por três elementos constitutivos: a “folha”, a “alma” e a “cola”.

A “folha” que se aplica na obtenção dos contraplacados pode obter-se para utilização mediante o chamado “desenrolamento” de um pedaço de madeira (normalmente um toro), na posição rotativa, após se ter feito um “corte” do mesmo pedaço da madeira com uma lâmina. Este corte pode ser feito segundo duas técnicas: “plano longitudinal” ou por “serragem”. A figura abaixo permite visualizar esta forma de corte.


A “alma” é, na definição que é proposta por alguns autores a “camada central do contraplacado, de espessura superior à das folhas que a revestem, e que é formada por painéis de blocos, painéis de fibras, desperdícios de cortiça, lã de vidro, etc.”. A “cola” é o “ligante utilizado para unir as folhas de madeira entre si ou à alma”.

Os contraplacados são placas que se constroem a partir de folhas de madeira natural fina, por via de processos que evitem deformações. A partir dos toros de madeira, cortam-se camadas finas que se designam por folhas. Estas são cortadas em determinadas dimensões e sobrepostas com o fio alternadamente cruzado, de forma a serem coladas com resinas sintéticas e sob fortes pressões, em prensas especiais, sendo o número de camadas sempre ímpar para se obter uma
estrutura simétrica de cada um dos lados.

Quando se obtém ou se constrói um “contraplacado”, o objectivo é satisfazer não só as necessidades da procura por parte dos seus utilizadores, mas também ter um outro tipo de material substituto da madeira, para ir de encontro às necessidades do sector produtivo.

Por outro lado, no caso do “contraplacado”, existe a possibilidade de se “utilizar quase integralmente não só os ramos, as lenhas e os toros de pequeno diâmetro produzido pelas matas, como também os desperdícios de madeira, as aparas e as serraduras provenientes das serrações”, o que contribui positivamente para a economia e meio ambiente.

Para evitar as possíveis deformações da madeira natural e conseguir o maior aproveitamento dos toros, estes são cortados com máquinas especiais – desenroladoras – em que uma lâmina de corte ataca a madeira tangencialmente às camadas de crescimento de forma a destacar do toro, por rotação contínua, uma delgada camada de material lenhoso.



Em qualquer dos casos as folhas obtidas são cortadas segundo determinadas dimensões e sobrepostas de cada um dos lados da camada central, denominada alma, como se referiu.
Desta maneira obtém-se os painéis ou placas de contraplacado, que se caracterizam pela sua grande resistência à flexão e às deformações por empeno, devido à disposição cruzada das fibras de camada para camada. Estes painéis são fáceis de trabalhar e tornam-se muito mais económicos do que a madeira maciça.

História dos contraplacados

Da madeira dos sarcófagos à moderna indústria
Atualmente, as lâminas de madeira são amplamente utilizadas, principalmente na produção de contraplacados e revestimentos. Este produto, entretanto, não surgiu nos actuais tempos modernos, e sim em tempos remotos da civilização. Com base nos recentes conhecimentos históricos, é possível afirmar que a primeira lâmina de madeira foi produzida no Antigo Egito, aproximadamente em 3000 a.C.

Eram pequenas peças, obtidas de valiosas e selecionadas madeiras, que se destinavam a confecção de luxuosas peças de mobiliário pertencentes aos reis e príncipes. As recentes descobertas arqueológicas revelam a existência de peças em madeira que são verdadeiras obras de arte, tais como: O trono encontrado na tumba de Tutankamon, que reinou de 1361 a 1352 a.C., confeccionado em cedro revestido com finas lâminas de marfim e ébano; uma cama feita em borne, que apresenta algumas características essenciais do moderno painel de contraplacado na cabeceira.




O estudo dessas valiosas peças de madeira, comparados às técnicas de produção das lâminas e aos tipos de adesivos empregues, ainda provocam especulações. Acredita-se que as lâminas eram obtidas a partir de serras manuais, e o alisamento da superfície destas através de material abrasivo, provavelmente a pedra-pome. Quanto aos adesivos empregues, é aceite a hipótese de que fossem à base de albumina. As civilizações Assírias, Babilônicas e Romanas, posteriores à Egípcia, também promoveram avanços no uso de laminados e, certamente, com grande influência desta última.

Período Obscuro
A Idade Média é conhecida como o período obscuro, por causa da opressão política e eclesiástica ao pensamento criativo, interesses culturais e atividades artísticas, e isto ocasionou uma longa estagnação na evolução. Esta só ressurgiu no período do Renascimento (Europa nos séculos XIV, XV e XVl), principalmente durante o reinado de Luiz XV, quando os trabalhos artísticos em madeira e a laminação reviveram.

Em 1650 as lâminas ainda eram obtidas por meio de serras verticais, mas um forte impulso surgiu a partir da patente da serra circular, em 1777, por Samuel Miller, embora já existissem desde a idade média, e da serra de fita em 1808, por William Newberry. A partir da introdução da serra circular na indústria inglesa em 1805, houve um grande avanço na laminação de madeira, principalmente com o advento da primeira patente de uma serra circular específica para laminação, concedida a um mecânico francês em 1812, e deu emprego pela indústria a partir de 1825. Estas serras, geravam uma grande quantidade de resíduos, o que levou ao surgimento da primeira máquina laminadora por faqueamento, patenteada por charles Picot em 1834 na França, embora cerca de 30 anos tenham sido necessários para que um modelo suficientemente eficaz e seguro surgisse.

A base do surgimento da indústria de contraplacados foi o grande progresso na manufatura de lâminas de madeira, principalmente com o surgimento do torno desfolhador, que possibilitou uma produção económica em massa de lâminas de madeira. A primeira máquina a produzir lâminas contínuas, por faqueamento de toros em torno desfolhador, surgiu em 1818. Entretanto, nos E.U.A., existe uma patente de torno laminador de 1840 concedida a Dresser e, na França, outra, concedida a Garand, em 1844. Neste processo, os toros possuíam, normalmente, 2m de comprimento e a velocidade de laminação situava-se na faixa de 4 a 5 m/min. Essas máquinas possuíam um ajuste vertical da lâmina de corte, e a barra de pressão já se encontrava em uso.

Pioneirismo
As primeiras indústrias a produzirem lâminas de madeira surgiram na Alemanha em meados do século XIX e, um rápido desenvolvimento e aperfeiçoamento nos tornos laminadores contribuiu para a evolução da indústria de contraplacados. O emprego das lâminas de madeira torna-se mais significativo a partir dos séculos XVIII e XIX, quando importantes peças de mobiliário foram confeccionadas, tais como o "Bureau de Campagne" de Napoleão, folheada com jacarandá da Bahia, e a introdução do contraplacado no fabrico de pianos de cauda, realizada por Steinway, um fabricante americano de renome de pianos, em 1860.

Com o advento da Primeira Guerra Mundial, além do surgimento de novos adesivos, houve uma acentuada evolução na produção de lâminas e contraplacados, devido à utilização destes produtos na área militar.

A construção dos primeiros aviões também utilizou contraplacado e lâminas de madeira, e alguns deles foram bem famosos como o Fokker D. VII, um Biplano de combate da Primeira Guerra Mundial.


Com o fim da guerra, após 1918, os maiores consumidores de contraplacados foram a indústria moveleira e os estaleiros, estes últimos voltados para a reconstrução da frota mercante, o que ocasionou um grande crescimento na indústria de laminação.

O derradeiro impulso deu-se com o advento da Segunda Grande Guerra Mundial, com o desenvolvimento e automação dos sistemas de produção contínua, proporcionando uma gama crescente de produtos de qualidade superior e menores custos.

Durante o Conflito da Segunda Guerra, a indústria aeronáutica desenvolveu importantes projetos, sendo um dos mais destacados o De Havilland 98 Mosquito, aeronave de ataque inglesa, que possuía a característica de ter sua estrutura inteiramente confeccionada em madeira, e seu forro formado por um sistema semelhante a um contraplacado, com núcleo de madeira maciça, que proporcionava um conjunto muito estável, dispensando reforços adicionais. Estas características tornavam a aeronave menos vulnerável aos danos de combate, sendo seus painéis facilmente substituíveis quando necessário. De 1941 a 1945 foram produzidas 6.711 unidades, sendo que uma versão atingia velocidade máxima de 670 km/h.

Diversificação
A presente utilização dos produtos de laminação encontra-se bem diversificada, por exemplo, nas peças componentes de uma moderna casa de madeira (pisos, forros, paredes internas e externas, telhados...), na confecção de embarcações, na produção de embalagens especiais resistentes a exposição ao tempo, no fabrico de instrumentos musicais e desportivos, assim como na construção civil, que muito emprega o contraplacado, além de outras possíveis e prováveis aplicações.

Na actualidade, ocorre a tendência da globalização da economia mundial, ocasionando uma nova revolução industrial, compreendendo reestruturações e rápidas modernizações nas indústrias, a fim que estas se tornem aptas a produzir produtos com qualidade superior, a menores custos e uma maior competitividade no mercado internacional ISO9000, que logo será intensificada pela Norma ISO 14000.

A indústria de laminação acompanha esta tendência modernizando os equipamentos e as técnicas, introduzindo modernas máquinas desenroladoras, capaz de processar toros de até 2 metros de diâmetros com velocidade de 600 rotações por minuto, controlo computadorizado, carregamento automático e centralizadores eletrónicos de toros, além do desenvolvimento do sistemas de medição óptica de toros, assim como modernas guilhotinas e secadores, entre outras tantas inovações.