Espécies de Madeira - Eucalipto - eucalyptus globulus

A árvore, eucalipto, é tipicamente originária da Austrália. Este chegou a Portugal há cerca de duzentos anos. Devido ao clima de Portugal, encontrou as condições ideais para crescer e multiplicar!

As espécies conhecidas, nos dias de hoje, representam largas centenas, podendo afirmar-se que se estimam em mais de 700. Em Portugal existe uma espécie dominante, o Eucalipto Globulus.

A floresta Portuguesa, expandiu, relativamente à ocupação por parte da espécie de eucalipto. É um recurso importante, natural renovável, de importância comprovada, económica, social e ambiental.

Ao longo dos anos tem-se vindo a verificar o aumento da área florestal ocupada pelo eucalipto. Com base em relatórios de 2001, encontra-se o eucalipto como a terceira das espécies florestais dominantes em Portugal, gerando uma ocupação de um sexto da área total da floresta portuguesa.

Nos primeiros lugares, evidencia-se o pinheiro bravo e o sobreiro.

 
Descrição da árvore
Árvore de grande porte, com uma altura que pode atingir os 70 - 80 m em árvores adultas velhas. A casca é realmente lisa, cinzenta ou castanha. As folhas são persistentes e têm forma e aspecto diferentes conforme a árvore está numa fase de crescimento juvenil ou adulta. As folhas juvenis são de forma oval, cor clara e com inserção, no ramo, oposta. As folhas adultas são alternadas, longas, tendo um pecíolo comprido e cor verde brilhante. As flores são grandes e de cor branca. Os frutos são pequenas cápsulas lenhosas
Madeira de eucalipto

Nome cientifico: Eucalyptus globulus

O Eucalyptus globulus e uma folhosa.

Quimicamente as folhosas distinguem-se das resinosas devido a uma maior percentagem de polissacaridos relativamente à lenhina, e por uma constituição diferente das hemiceluloses, no que diz respeito aos açúcares constituintes. É uma das mais importantes espécies de arvores cuja madeira e utilizada no fabrico de pasta para papel.

Composição química

Segundo inúmeros estudos, adquiriram-se valores aproximados, relativamente às propriedades químicas da madeira eucalipto. Contudo estes valores podem variar, relativamente pouco, consoante a localização de recolha da amostra, ou a espécie em questão, entre outros factores.

 
Celulose
Relativamente à determinação da celulose são apresentados valores elevados, na ordem de 50-55%. No entanto, determinações feitas das glucanas, ou seja toda a celulose mais a glucose presente nas hemiceluloses apresentam valores algo mais baixos, entre os 40 e 50%. Na madeira de E. globulus a celulose apresenta valores tipicamente acima de 50%, com determinações a variar entre os 40 e os 60%

Hemicelulose
As hemiceluloses apresentam valores entre 16 e 24%. Outra aproximação à quantidade das hemiceluloses e a determinação das pentosanas, isto é, a parte das hemiceluloses constituida por açucares pentoses. Nas folhosas, como e o caso de E. globulus, as pentosanas representam uma parte significativas das hemiceluloses, com valores próximos de 20%.

Lenhina
A lenhina total corresponde à soma da lenhina solúvel e insolúvel e na madeira de E. globulus tem valores entre 23 e 30%. Os valores próximos de 30% para a lenhina são relativamente elevados para uma madeira de folhosa.

Extractivos
Os extractivos com 2,5 a 5% e as cinzas com menos de 0,5%, completam a análise total da madeira. A madeira de E. globulus apresenta teores de extractivos relativamente elevados, havendo valores registados de 2 a 10%, a maior parte dos resultados estando entre 4 e 6%

Factores intrínsecos da árvore como sejam a idade, factores analíticos como o tipo variedade de solventes usados, ou o momento do ano em que a madeira foi colhida afectam igualmente as quantidades de extractivos determinados.

A fracção dos extractivos de mais baixa polaridade, incluindo “gorduras” e “ceras” é, no geral pequena. Este extracto removido, por exemplo, por diclorometano, tem valores abaixo de 1%, tipicamente próximos de 0,5%. Os extractivos mais polares, removidos pelo etanol e pela água, constituem a maior parte dos extractivos da madeira de E. globulus. Quando feitos sequencialmente, e após a remoção do extracto pelo diclorometano, os extractivos em etanol variam na maioria das analises entre 1,5 e 3% e os extractivos em agua entre 2 e 3,5%


Aspectos físicos
- Cerne e Borne distintos pela cor, cerne pardo, borne branco-amarelado; sem brilho;

- Cheiro e gosto imperceptíveis;

- Elevada densidade

- Dureza ao corte;

- Grão variável: direito, ondulada;

- Textura fina a média.


Características físicas

Densidade
- Verde - 0,858 g/cm³
- Normal - 0,516 g/cm³

Contrações%
- Contracção Volumétrica: 15%
- Radial - 5,712 %
- Tangencial - 8,254 %
- Axial - 0,140 %

Propriedades mecânicas
Flexão estática
- Mód. Resistência - 603 Kgf/cm²
- Mód. Elasticidade - 124.371 Kgf/cm²

Compressão Paralela
- Mód. Resistência - 603 Kgf/cm²
- Mód. Elasticidade - 124.370 Kgf/cm²

Compressão Normal
- Mód. Resistência - 50.4 Kgf/cm²
- Mód. Elasticidade - 594.720 Kgf/cm²

Tração Paralela
- Mód. Resistência - 1180.00 Kgf/cm²
- Mód. Elasticidade - 201.384 Kgf/cm²

Tração Normal
- Mód. Resistência - 26.40 Kgf/cm²

Durabilidade natural e tratamento químico
Madeira susceptível à acção de xilófagos marinhos.
Resistente ao apodrecimento.
As informações sobre resistência ao ataque insectos xilófagos são contraditórias.
O cerne é de difícil tratamento, entretanto, o borne é permeável.

Características de Maquinação:
Madeira com excelentes propriedades de maquinação, no entanto, requer o uso de técnicas apropriadas de desdobro para minimizar os efeitos das tensões de crescimento, bastantes evidentes nesta espécie.
Apresenta boas características de aplainamento, lixagem, furação e acabamento.

Características de Secagem:
As madeiras da espécie de eucalipto são consideradas de secagem difícil, podendo ocorrer inúmeros defeitos como colapso, empenos e fendas.

A secagem em estufa deve ser feita de acordo com programas extremamente suaves, combinando com baixas temperaturas e com alto teor de humidade relativa.

A secagem ao ar é recomendável, ou, o uso de um pré-secador, antes da secagem em estufa.

APLICAÇÕES:
Algumas aplicações do eucalipto tratado: Quiosques, casa de madeira roliça, passarelas, ancoradouros, portais, pontes, escoramento, estrutural, cobertura, ornamental, cercas, pergolas, decks, pisos entre outras.

Entre as aplicações do eucalipto estão siderurgias, carvão vegetal, móveis, portas, armações, postes, dormentes, aplicação rural, construção civil, paisagismo ou como matéria-prima para produção de papel e celulose, chapas e aglomerados, alcatrão, fenóis, tintas, resinas e pigmentos, o eucalipto está presente

2 Comentários:

Unknown disse...

Dá a impressão que é uma arvore cuja madeira tem imensas possibilidades de transformação na industria não sómente mas principalmente e extendido ao mercado externo que eventualmente efectuará pressão no sentido importação de portugal ou seja também os agentes exportadores poderão ter mais interesse que esta responda ás solicitações do mercado europeu que até através das instituições financeiras competentes terão então financiado o cultivo não somente para embelezar percursos de estradas até uma atracção turística principalmente interna, mas então a finalidade de facto ao financiamento do cultivo de eucaliptos senão a industria que passados os anos ontologicamente necessários à afirmação madura da espécie seria ou será parte da programação das grandes linhas industriais relacionadas em quem sabe trabalho de sapadores

Anónimo disse...

Cheguei à página pesquisando propriedades mecânicas do eucalipto, a madeira que preciso usar em um projeto estrutural. Do que eu vi até agora, inclusive com referência na NBR 7190-1, os valores de propriedades mecânicas estão bem diferentes dos que a página lista para folhosas (que identifica ser o caso do eucalipto). Tem diferenças de fator até x10.

A resistência à tração paralela às fibras dada, por exemplo, está dando 118MPa. Isso é MUITO distante de tudo que tenho achado (de novo, NBR incluída como referência).

Vale a pena confirmar a parte de características mecânicas.