Espécies de Madeira - Mogno

Mogno - Brasileiro

Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Sapindales
Família: Meliaceae
Género: Swietenia
Espécie: S. macrophylla

Nome binomial : Swietenia macrophylla

O mogno ou mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla) é uma árvore nativa da Amazônia, mais comum no sul do Pará. O termo mogno foi utilizado, primeiramente, para referir-se à madeira de Swietenia mahagoni e, mais tarde, para a madeira da espécie Swietenia macrophylla.

O termo é ainda muito usado para se referir ao género africano Khaya (aparentado ao género Swietenia), sendo conhecido como mogno-africano) e ao género Entandophragma. Todos estes géneros são nativos das florestas equatoriais. Outros nomes populares: aguano, araputanga, cedro-i.


Características

Altura de 25 a 30 m, com tronco de 50-80 cm de diâmetro.
As folhas compostas têm 8 a 10 folíolos, com 8 a 15 cm de comprimento.


Estado de conservação

Actualmente, todas as espécies do género Swietenia estão listadas pela CITES como espécies protegidas.

A extração clandestina do mogno é um importante fator de devastação da floresta amazónica, dado o valor e a demanda pela sua madeira. Actualmente tem o corte proibido no Brasil, e a tendência de longo prazo é que seja substituído o comércio por outras essências, notadamente as que podem ser plantadas, se considerarmos que o corte ilegal e predatório perderá atratividade junto aos consumidores de altíssima renda que consomem madeira de lei. Como o mogno ocorre isolado no interior da floresta, sua derrubada e arraste leva à destruição de até mais 30 árvores próximas.

O mogno é simplesmente a madeira tropical mais valiosa do planeta. Estável e fácil de trabalhar, a madeira foi intensivamente usada principalmente na construção naval e para o fabrico de mobiliário de luxo e instrumentos musicais. Em 2005, um metro cúbico da madeira serrada de qualidade superior (chamado de FAS, do inglês first and seconds) era cotado em mais de US$ 1.600 por metro cúbico, cotação de valor pouco diferente em euros. Apenas para fins de comparação, outras espécies nobres, como ipê, cedro, entre outras; raramente obtêm preços acima de US$ 1.000 por metro cúbico. O mogno começou a ser explorado na Amazônia logo no início da construção das estradas, na década de 1970. Estima-se que, nos 30 anos seguintes, 12,6 milhões de metros cúbicos de mogno tenham sido extraídos das florestas da Amazônia Brasileira. Mais de 70% desta produção, segundo os autores, foi exportada para a Inglaterra e Estados Unidos, o que teria gerado uma renda bruta de quase US$ 4 bilhões. Devido ao seu imenso valor, o mogno serviu durante muitas décadas como um catalisador da expansão da exploração madeireira. Em algumas regiões, como o sul do Pará, estradas eram economicamente viáveis de ser construídas para a extracção de mogno por até 500 km a partir das serrarias. Após a extração, tais estradas eram então novamente utilizadas para a extração de outras espécies que, por si só, não justificariam tais investimentos em infra-estrutura.

O mogno ocorre naturalmente em várias partes da América Central e na América do Sul. No Brasil, distribui-se ao longo de um amplo arco de 1,5 milhão de km2 que se estende do centro-oeste ao leste da Amazônia, cobrindo a totalidade dos estados do Acre e Rondônia, a porção sul do estado do Amazonas, norte de Mato Grosso e centro-sul do Pará. Porém, após quase 40 anos de exploração predatória, grande parte dos estoques naturais maduros da espécie encontram-se exauridos. Além disso, a espécie apresenta grande vulnerabilidade ecológica. O mogno possui baixa taxa de regeneração em florestas exploradas, o que diminui a sustentabilidade da exploração. Alguns autores sugerem que a espécie pode regenerar bem apenas sob grandes distúrbios, como grandes clareiras. Além disso, a espécie não pode ser plantada em larga escala devido ao aparecimento de uma lagarta, a Hypsipyla grandella, que dizima tais plantações.

Várias medidas têm sido tomadas pelos governos e sociedade internacional para proteger o mogno. Em 2001, governos incluiram a espécie no SCM, ou Sistema de Contingencia de Madeira, impondo uma cota máxima de exportações da espécie. Em 2002, a espécie foi incluída no Anexo II da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), o que implica em um controle mais rigoroso e monitorizado sobre o comércio de manejo da espécie. Em agosto de 2003, foram estabelecidas regras específicas, mais rigorosas do que as vigentes para outras espécies, para a exploração do mogno. Em fevereiro de 2008, havia na Amazónia Brasileira apenas um plano de manejo de mogno autorizado para exploração.
 
 
Mogno Africano
Nome Comercial: Mogno Africano (P); Caoba Africana, Samanguila (E); African Mahogany, Red Khaya, Grand Bassam Mahogany (I); N´gollon, Acajou Grand Bassam, Acajou d´Afrique (Fr).

Nome Científico: Khaya spp., Klainei Pierre
Família: Meliaceae
Proveniência: África Tropical (Ocidental).
Disponibilidade: Massas florestais, produção e exportação estáveis.


O mogno africano (Khaya ivorensis), tem sido indicado para plantio em função de seu bom desenvolvimento e produção de uma bela e valorosa madeira, desejada tanto no Brasil quanto no exterior. Ao contrário do mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), não tem sofrido ataque de broca do ponteiro (Hyipsipyla grandella) e geralmente tem demonstrado maior desenvolvimento nos testes comparativos.

A madeira do mogno  tornou-se um artigo de luxo, lembrando a própria escassez da árvores nativas bem como das fortes restrições legais ao seu corte na sua condição natural em áreas remanescentes, tanto no Brasil quanto em outros países da Ásia e África, sendo necessário o seu plantio em escala comercial para atender esta demanda, que por sua vez aumenta, em função do aumento de renda em países em desenvolvimento na América, Ásia e Europa, além da queda do conceito de “insensibilidade ambiental” no uso de madeiras pela sociedade, o que causaria um “prejuízo à natureza”, já que foram historicamente extraídas de matas nativas. Hoje, existem os cultivos racionais e responsáveis e a consciência de que o uso de madeira ao invés de outros produtos industrializados, permite maior eficiência ecológica, menor dispêndio energético, além da fixação de carbono da atmosfera, reduzindo o comprovado efeito estufa.


 
DESCRIÇÃO DA MADEIRA


O borne é bastante distinto mas por vezes mal delineado, possui uma dimensão média de 3 a 7 cm; cor branco creme.
O cerne é castanho rosado, às vezes vermelho ou vermelho acastanhado que se escurece a castanho-escuro por vezes dourado.
O fio é recto, por vezes espiralado.
O grão é médio.


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS
Madeira branda. A serragem é fácil de executar e, a madeira sujeita a tensões internas “relaxa” durante a serragem. A secagem é rápida, aptresentando um ligeiro risco de aparecimento de empenos e pequenas fendas. Apresenta boa aptidão para a produção de folha por desenrolamento ou corte plano, à excepção da K. grandifoliola. A mecanização é difícil devido à presença de fio revesso (pelo). A colagem e aparafusamento não apresentam problemas. O acabamento requer sempre a aplicação de tapa-poros.


PROPRIEDADES FÍSICAS

Densidade / Massa Volúmica (12% H): 490-520-530 Kg/m3
Coeficientes de Retracção:
Volumétrica (-)
Tangencial 5,5-5,8% 
Radial 3,7-3,8%
PROPRIEDADES MECÂNICAS


Flexão Estática 71-102 N/mm2
Flexão Dinâmica 3,1-4,5 J/cm2
Compressão Axial 41-55 N/mm2
Compressão Perpendicular (-)
Módulo de Elasticidade 9000-9800 N/mm2
Força de Corte 7,5-8,5 N/mm2

DURABILIDADE NATURAL E IMPREGNABILIDADE (NP EN 350 - 2 de 2000)


Fungos Classe 3 – Moderadamente durável
Insectos Classe D – Durável
Térmitas Classe S – Susceptível
Impregnabilidade Classe 2 – Medianamente Impregnável

Aplicações

Mobiliário maciço;
Folheado;
Contraplacado;
Roda-pés e molduras;
Construção naval;
Paineis;
Pisos;
Marcenaria de interior e exterior;
Revestimento exterior; Embarcações leves;
Artesanato.

Mogno (Swietenia macrophylla) A madeira é muito usada e apreciada na produção de móveis pela facilidade com que é trabalhada, pela sua estabilidade e duração, além do seu aspecto, castanho-avermelhado brilhante, depois de polida; e também na produção de guitarras pelo seu ótimo timbre e ressonância sonora.


Utilizado em movelaria fina, na construção civil, em revestimentos internos e decorativos.

Os descartes de serragem podem ser utilizados no fabrico de contraplacado ou como fonte energética.


OBSERVAÇÕES
Nas superfícies radiais, em material com fio revesso, exige-se, porém, certos cuidados pela tendência de arrepelamentos das fibras à passagem da plaina. Nestes casos, o ângulo de corte nunca deve ser superior a 15º. A madeira pode apresentar coração brando. O pó originado pelo seu manuseamento pode originar irritação das mucosas. Por vezes os vasos encontram-se cheios de extractáveis (depósitos) negros. Os anéis de crescimento estão usualmente ausentes, contrariamente ao que sucede com o verdadeiro Mogno Swietenia spp. Pode ser pregada ou aparafusada e, recebe com facilidade as tintas e vernizes.

5 Comentários:

Lui Fernando disse...

Olá!
Muito boa sua disertação a respeito dos "mognos".
Gostei do seu blog, é limpo e ordeiro.Vim atrás da madeira "faia" e alguns trabalhos.
Parabéns pela escolha de profissão, serás um cupim.
Um abraço
Luiz Fernando Schoenwetter

Dicaf disse...

Olá Luiz

Faços os possiveis para manter a informação organizada mas principalmente actualizada, até porque, o material de trabalho conhecido há mais tempo pelo Homem, acaba por ser o menos estudado e aprofundado, daí, tentar mostrar o que existe, o que as pessoas "desconhecem"...

Obrigado e volte sempre
Um abraço

At. Dicaf

Anónimo disse...

oi
gostei da informaçao respectivamente ao mogno, e é bom saber que algo esta a ser feito para proteger esta especie.
cumprimentos

joao

Anónimo disse...

Realmente, aqui no Brasil, não há mais, móveis novos, há anos, de mogno, para comercialização.

Unknown disse...

Boa noite,plantei 2.000 espécies de Mógno brasileiro no ano de 2.000.Hoje estão com um tamanho acima de 15m e circunfeRÊNCIA ACIMA DE 1,20/1,30M,nA ALTURA DO PEITO.Plantei em meio aos Cacaueiros,em Itaituba/PA.Seu Fuste é longininio,liso e sem nós.Uma beleza!Vc diz que existe um Plano de Manejo com autorização para a exploração.Existe alguma forma de legalizar esse meu plantio.Estão plantados no espaçamento 10x10m.Meu nome é Wagner Arouca .Tel.(93)99147-9337. wagnermca@outlook.com