Fisiologia e crescimento das árvores - Xilologia
domingo, 4 de outubro de 2009
Uma árvore é essencialmente composta pela raiz, pelo caule e pela copa. A raiz fixa a árvore ao solo e dele extrai água contendo sais minerais diluídos, isto é, a seiva bruta, necessária ao desenvolvimento do vegetal.
O tronco, ou caule, suporta a copa com as ramificações e conduz, por capilaridade, tanto a seiva bruta, desde a raiz até as folhas, como a seiva elaborada, das folhas para o lenho em crescimento.
A copa prolonga-se em ramos, folhas e frutos. Nas folhas processa-se a transformação da água e sais minerais em compostos orgânicos: a seiva elaborada.
Considerando o tronco como a parte útil para a produção de peças de madeira natural, material de construção, vamos examinar, em detalhe a sua constituição.
Na figura podemos observar uma secção do tronco de uma árvore, a qual permite distinguir, da casca para o miolo, as distintas partes:
O tronco, ou caule, suporta a copa com as ramificações e conduz, por capilaridade, tanto a seiva bruta, desde a raiz até as folhas, como a seiva elaborada, das folhas para o lenho em crescimento.
A copa prolonga-se em ramos, folhas e frutos. Nas folhas processa-se a transformação da água e sais minerais em compostos orgânicos: a seiva elaborada.
Considerando o tronco como a parte útil para a produção de peças de madeira natural, material de construção, vamos examinar, em detalhe a sua constituição.
Na figura podemos observar uma secção do tronco de uma árvore, a qual permite distinguir, da casca para o miolo, as distintas partes:
Figura - Corte transversal do caule de uma árvore.
Casca
A casca possui uma função protectora. Protege o lenho e é o veículo da seiva elaborada das folhas para o lenho do tronco. São duas camadas que assumem essa dupla missão: um estrato externo e epidérmico, formado por tecido morto, denominado por ritidoma (carrasca, no pinheiro) e outro interno, formado de tecido vivo, mole e húmido, logo com actividade fisiológica e condutor de seiva elaborada, intitulado por entrecasco.
O ritidoma protege os tecidos recentes, do ambiente, dos excessos de evaporação e dos agentes de destruição. Se ocorrem fissuras, cai e é renovado, pois, sendo um tecido morto, não tem crescimento. De um modo geral, não apresenta interesse como material de construção. Na preparação do lenho é quase sempre extraído e rejeitado. Em algumas espécies, como o sobreiro, o ritidoma designado por cortiça e tem um desenvolvimento tão grande que permite a retirada de lâminas espessas. Essas lâminas, que apresentam propriedades termo acústicas vantajosas, têm emprego adequado em processos de isolamento: revestimentos de paredes e forros, inertes para betão leve, etc.
Pela outra camada da casca, o entrecasco, desce a seiva que foi transformada nas folhas a partir de substâncias retiradas dos diferentes elementos, solo e ar.
Do solo, é recolhida pelos absorventes das raízes, a água que contem, em solução, compostos minerais, e que constitui a seiva bruta. Esta sobe por capilaridade pela parte viva do lenho, o borne, até às folhas. Nas folhas e noutras partes verdes da copa são absorvidos do ar, o dióxido de carbono e o oxigénio e realiza-se a função clorofilina ou fotossíntese, formando-se a seiva elaborada que desce pelo entrecasco. Esta pode ficar armazenada nas células sob forma de amido.
Partindo dos açúcares que formam a seiva elaborada, as árvores sintetizam todas as substâncias orgânicas que compõem as células lenhosas. Essa transformação ocorre principalmente no estrato de tecidos que vem logo a seguir à casca: o câmbio vascular.
Câmbio vascular
Baseia-se numa fina e quase invisível camada de tecidos vivos: está disposto entre a casca e o lenho. É constituído por um tecido de células em constante transformação: tanto o entrecasco como o câmbio vascular são vitais para o crescimento da árvore de tal forma que o corte de ambos, acidental ou provocado, acarreta inevitavelmente a morte da árvore. Um processo de secagem com a árvore em pé, recomendado para madeiras de difícil secagem (como algumas variedades de eucaliptos), consiste em asfixiar as árvores vivas com um forte arame de aço até à sua morte, seguida da perda gradual de humidade.
No câmbio realiza-se a importante transformação dos açúcares e amidos em celulose e lenhina, principais constituintes do tecido lenhoso. O crescimento transversal verifica-se pela acumulação de novos estratos concêntricos e periféricos provenientes dessa transformação no câmbio: os anéis de crescimento.
Nos anéis anuais de crescimento reflectem-se as condições de desenvolvimento da árvore: são largos e pouco distintos em sínteses tropicais de rápido crescimento: apertados e bem configurados nas espécies oriundas de zonas temperadas ou frias. Em cada anel que se acrescenta, ano a ano, duas camadas podem destacar-se, muitas vezes nitidamente: uma de cor mais clara, com células largas de paredes finas, formada durante a primavera e verão, o anel de primavera, e outra, de cor mais escura, com células estreitas de paredes grossas, formada no verão-outono, o anel de outono.
Estes registam a idade da árvore e ajudam como referência para a apreciação e estudo da anisotropia da madeira que é uma característica distinta. Para esse efeito, na avaliação do desempenho físico e mecânico do material serão sempre considerados nos ensaios três direcções ou eixos principais - Figuras seguintes.
· Direcção tangencial, direcção transversal tangencial aos anéis de crescimento;
· Direcção radial, direcção transversal radial dos anéis de crescimento;
· Direcção axial, no sentido das fibras, longitudinal em relação ao caule.
Direcção ou eixos principais
Secções da madeira
1 Comentário:
Muito legal o texto e ilustrações. Ajudou-me em muito na compreensão que procurei sobre fisiologia e crescimento das árvores.
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