Espécies de madeira - Sucupira

NOME COMUM: Sucupira


NOME CIENTÍFICO: Bowdichia nitida

FAMÍLIA: Fabaceae

OUTROS NOMES COMUNS: Cutiúba, Macanaíba, Matanaíba, Sapupira, Sapupira-da-mata, Sebepira, Sepipira, Sicupira, Sucupira, Sucupira-amarela, Sucupira-da-mata, Sucupira-da-terra-firme, Sucupira-marreta, Sucupira-pele-de-sapo, Sucupira-preta, Sucupira-vermelha


Propriedades Gerais:
A colorarão do cerne após o corte, é marrom com tonalidade chocolate, tornando-se marrom escuro após a secagem e apresentando ainda, faixas estreitas de um marrom mais claro.

O borne é estreito, claramente diferenciado do cerne, e acizentado ou cinza-róseo. A madeira possui textura grossa, embora homogêneas, apresenta pouco desenho, alto brilho, e a grã varia de direita a ligeiramente entrecruzada.

O cheiro e o sabor são indistintos


Propriedades Físicas

Os valores de 7,4% para contracção tangencial, 4,5% para radial e 12,3% para volumétrica, não são excessivos para uma madeira com a densidade da sucupira. Embora a taxa relativa de contracção de 1,6 seja muito favorável, a madeira apresenta tendência a fendimento nas superfícies e extremidades a diversos tipos de empenos durante a secagem ao ar. Sucupira é classificada como madeira de rápida secagem em estufa e de secagem muito difícil ao ar.

Densidade madeira altamente densa, com 13% de humidade, seca tem 1.010 kg/m 3, verde tem 1.320 kg/m3, seca rapidamente ao forno ou ao ar livre.


Propriedades mecânicas
Flexão:
Resistência (fM):
Madeira verde: 147,6 MPa

Limite de proporcionalidade
Madeira verde: 65,5 MPa

Módulo de elasticidade
Madeira verde: 16060 MPa

Compressão paralela às fibras:
Resistência (fc0):
Madeira verde: 73,2 MPa
Madeira a 12% de humidade: 92,3 MPa

Compressão perpendicular às fibras:
Resistência (fc0):
Madeira verde: 9,9 MPa
Madeira a 12% de humidade: 15,9 MPa

Nota: Quaisquer valores apresentados são apenas uma base se referencia aproximada, uma vez que estes podem variar de árvore para árvore ou de amostra para amostra.


Propriedades de tecnológicas
A madeira é moderadamente difícil de ser trabalhada, apresenta bom comportamento em relação ao trabalho de serras, mas de difícil aplainamento pelo fato de possuir grão entrecruzado. Segundo alguns autores é fácil de ser torneada, tem elevada capacidade de retenção de parafusos e aceita satisfatoriamente verniz ou polimento, desde que seja primeiramente aplicada uma substância para enchimento de poros da madeira.

Preservação:
A Sucupira é uma espécie durável e resistente ao ataque de fungos e térmitas que atacam madeira seca. Segundo testes preliminares de preservação a madeira pode ser classificada como de fácil preservação.

Utilizações
Implementos agrícolas, carpintaria e construção (em geral), dormentes, soalhos, marcenaria e mobiliário, construção pesada, pontes e construções marítimas (acima de água) estacas e construções marítima (submersas), postes e pequenas estacas, ferramentas manuais, torneamento.

MDF - Processo de Fabrico

Etapas do processo de fabrico
Descasque – operação comum do fluxo operacional das indústrias de produtos à base de madeira. À obtenção de fibras, o tamanho do toro não influencia, podendo apresentar dimensões mais limitadas;

Fragmentação – após o descasque, os toros passam por uma operação de fragmentação, onde são gerados cavacos, ou partículas, a partir de picadores;

Classificação dos cavacos – a forma final do cavaco é menos importante na qualidade final do produto, uma vez que os mesmos serão transformados em fibras. No processo produtivo, não é possível obter cavacos de tamanhos uniformes. Com esta irregularidade dimensional dos cavacos, os maiores são separados por baterias de peneiras, e em seguida, retornam ao picador;

Armazenamento de cavacos – são armazenados em silos com volume equivalente a 24 horas de operação. Como na maioria das vezes os cavacos ficam expostos à atmosfera, antes do processamento é feita uma selecção por peneiras, seguida de lavagem;

Tratamento de cavacos – nesta etapa os cavacos são amolecidos para facilitar a operação do desfibrador na formação da polpa, reduzindo seu consumo energético. A lenhina presente nas camadas intercelulares é amolecida, perdendo sua capacidade de retenção de fibras, o que resulta numa polpa de fibras mais resistentes e flexíveis, formando placas mais rígidas;

Desfibramento – as fibras podem ser obtidas por desfibradores mecânicos ou por meio de técnicas de aumentos de pressão, que é um método menos utilizado. Nos desfibradores, os cavacos são introduzidos e, por força centrífuga, são lançados para a periferia dos discos;

Mistura de resina – adicionada a resina, o catalisador e, em alguns casos, certos aditivos, e mistura-se a matéria-prima. As resinas mais utilizadas são à base de uréia-formaldeído, melanina-uréia-formaldeído e tanino-formaldeído;

Secagem das fibras – o elevado teor de humidade das fibras acarreta uma série de problemas quando a manta é formada e prensada a quente. Os secadores aplicados na manufatura do MDF são simples, caracterizados por um tubo em cujo interior flui ar seco e quente;

Armazenamento das fibras – o silo de fibras, tem a função de acumular um volume adequado de fibras para a formação das mantas (entrelaçamento), sem que ocorra uma provável interrupção em função de distúrbios na linha de fluxo das fibras;

Entrelaçamento das fibras – colchão a seco é formado a partir de uma suspensão das fibras ao ar. O sistema formador da manta tem um bico de oscilação lateral que descarrega as fibras sobre uma cinta porosa de avanço contínuo, cujo fundo é dotado de um sistema de sucção que mantêm as fibras unidas. A altura do colchão é delimitada por um cilindro dentado acoplado a um tubo seccionador de fibra excedente;

Seccionamento – o sistema de seccionamento muda conforme o tipo de linha de formação, que é o conjunto de equipamentos cujas operações dão a forma final ao MDF. Quando o processo de secagem é intermitente, a manta é cortada por lâminas circulares não-dentadas e, em seguida, encaminhada às operações de pré-prensagem e prensagem a quente;

Prensagem – a pré-prensagem evita possíveis desmanchamentos e deslizamentos das fibras da manta durante a prensagem a quente. Para cada sistema de prensagem, existe um tipo de linha de formação. A injecção do vapor durante a prensagem permite um aquecimento quase instantâneo da manta, resultando numa cura mais eficiente da resina, permitindo a manufatura das chapas de elevadas espessuras;

Arrefecimento – é efectuado para evitar variações dimensionais da chapa após o aquecimento. Normalmente, são arrefecidas à temperatura ambiente, protegidas das intempéries, onde o tempo depende do tipo de linha de formação utilizada;

Corte, lixagem e revestimento – o corte é feito procurando estabelecer a medidas dos painéis de MDF, conforme padrões estabelecidos. A lixagem está directamente relacionada à preparação da superfície das chapas, para acabamentos finais;


Adesivos empregues no fabrico de MDF
O emprego de adesivos sob pressão e temperatura permite o fabrico de placas com larguras muitas vezes superior ao diâmetro da árvore que fornece a matéria-prima. O fabrico de painéis à base de madeira, além de practicamente eliminar as limitações de tamanho, permite o aumento da resistência lateral (eixo transversal), através da disposição das lâminas no fabrico do contraplacado, ou através da orientação das fibras e partículas na produção de chapas de fibra e chapas de madeira aglomerada, contribuindo significativamente para diminuir os efeitos da anisotropia da madeira.

Para o fabrico do MDF, as resinas naturais existentes na madeira não são suficientes para agregar as fibras. Então, passa a ser necessário adicionar algum tipo de elemento ligante. A adesão entre as fibras da madeira e o adesivo, depende de interação físico-química. Os adesivos realizam três fases distintas durante o processo de ligação.

Inicialmente o adesivo deve humedecer as fibras; em seguida, deve fluir de modo controlado durante a prensagem e, finalmente, adquirir forma sólida. Se ocorrerem falhas em algumas destas etapas, certamente a qualidade da colagem será afectada. Uma óptima ligação requer íntimo contacto entre o adesivo e a fibra. Isto é realizado usando pressão e temperatura, ajustando também a viscosidade do adesivo, transferindo o fluxo através dos pontos de ligação, enquanto, acomoda-se a madeira para conseguir melhor contacto na superfície.

Os principais adesivos que empregues na produção de MDF são: uréia-formaldeído e melamina-formaldeído. Os adesivos à base de uréia-formaldeído podem ser formulados para curar à temperatura ambiente (20ºC) ou para aquecimento através de prensas quentes a temperaturas que variam até 160ºC. O uso de extensores à base de farinha de cereais, juntamente com a resina, realiza colagens perfeitas. A farinha e o excesso de cola retardam a velocidade de cura da cola e, para compensar este fenómeno, adiciona-se à mistura um catalisador. Existem vários tipos de catalisadores adaptáveis às condições específicas do emprego. Para prensagem a frio existe um tipo, enquanto para prensagem à quente utiliza-se outro tipo de catalisador. O adesivo uréia-formaldeído apresenta coloração clara. Possui como desvantagem à libertação de formaldeído na prensagem a quente, e tem sido muito combatido por órgãos de controle ambiental, porque o formaldeído é altamente tóxico.

Já os adesivos à base de melamina-formaldeído são normalmente do tipo de cura à quente (115ºC a 160ºC), similar à uréia-formaldeído. A emissão de formaldeído é causada pelo excesso de formaldeído liberto pelos adesivos. A libertação ocorre pela quebra das ligações na resina devido a grande exposição à humidade. Devido aos processos de produção, o custo da resina melamina é bem mais alto que a resina de uréia. Basicamente, as reacções de condensação da uréia e da melamina são iguais. Também a reação melamina-formaldeído, interrompe-se por meio de neutralização quando os produtos de condensação ainda estão suficientemente solúveis em água.

As resinas melamínicas são comercializadas sob a forma de pó, porque em soluções aquosas a sua vida útil é curta. A cura, ao contrário das resinas uréia-formaldeído, pode ser efectuada sem catalisadores ácidos, mas simplesmente através do calor. Possui algumas vantagens como: maior resistência à água, possibilidade de cura sem catalisador. E como desvantagens: alto custo de produção, pequena vida útil em solução aquosa e impossibilidade de prensagem a frio.

Espécies de madeira - Freixo

Nomes Científicos: Fraxinus spp.

Família: Oleaceae. A mesma família a que pertencem a oliveira e muitas outras árvores do género Fraxinus.

Origens (mais comuns): A espécie Fraxinus excelsior é encontrada em latitudes temperadas da Europa, das Ilhas Britânicas à Rússia, em altitudes de até 1.500 metros, excepto no centro-sul da Península Ibérica e no extremo sul da Grécia e Itália. Outras espécies são encontradas na região mediterrânea da Europa, Ásia Menor e norte da África, inclusive Fraxinus angustifolia (o mais comum na Península Ibérica e África do Norte) e Fraxinus ornus (o mais comum na Grécia). Outras espécies são encontradas na América do Norte e nas regiões temperadas da Ásia.

Nomes (mais comuns): O freixo, fresno em castelhano, ash em inglês, frêne em francês, frassino em italiano, Esche em alemão, melía em grego, é uma árvore do gênero Fraxinus. Nos EUA, também se chama ash a árvores dos gêneros Zanthoxylum e Sorbus.

Características Gerais e Morfológicas

Árvore de porte médio que pode atingir cerca de 25 metros de altura e folha caduca. O Freixo americano possui uma aparência similar ao Freixo europeu

Borne: Branco ligeiramente acastanhado, quase branco.
Cerne: Marrom cinzento a marrom claro, ou amarelo pálido com nós marrons
Medula: Castanho acinzentado a castanho claro, ou a amarelo pálido com listado castanho.
Veio / Fio: - Grão: Direito.
Textura: Grosseiro e uniforme.

PROPRIEDADES FÍSICAS


Densidade / Massa Volúmica (12% H): 680-700-750 Kg / m3
Coeficientes de Retracção
Volumétrica: 19,1 %
Tangencial: 5,1 %
Radial: 3,2 %

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Flexão Estática: 130-160 N/mm2
Flexão Dinâmica: 6,7-8,8 J/cm2
Compressão Axial: 43-59 N/mm2
Compressão Perpendicular: 20,4 N/mm2
Módulo de Elasticidade: 11900-13900 N/mm2
Força de Corte: 12,0-13,4 N/mm2

PROPRIEDADES TECNOLOGICAS

Possui propriedades de resistência óptimas em relação ao seu peso, com excelente resistência ao choque e bom ao encurvamento sob acção do vapor.
A serragem não apresenta dificuldades particulares, sendo considerada bastante fácil de executar.
A secagem é relativamente rápida e fácil de executar, apresentando um ligeiro risco de empeno e aparecimento de fendas quando se usam temperaturas demasiado elevadas.
Não apresenta problemas durante a fase de mecanização, apresentando elevada aptidão para a curvatura.
A colagem e acabamento realizam-se sem dificuldades, apresentando boa recepção de ceras, velaturas, vernizes, etc.
A pregagem e aparafusagem requerem pré-perfuração para evitar a abertura de fendas.

DURABILIDADE

O cerne não é resistente à degradação. O borne é susceptível ao ataque do caruncho e insectos xilófagos mais comuns.
Impregnabilidade: Moderadamente difícil no cerne, enquanto o borne é permeável.

O Freixo no Ecossistema

Raramente forma povoamentos puros mas é frequente na orla de povoamentos de outras espécies. Ocorre vulgarmente junto a uma linha de água, mas também em bordaduras de terrenos frescos (como os lameiros), onde forma pequenos bosques.

Utilizações

A madeira de freixo é de muito boa qualidade por ser elástica e dura. É aplicável essencialmente a interiores, mobiliário, pisos, portas, arquitectura interior, acabamentos de luxo, painéis. Pode também ser usado para trabalhos de tornearia.


Em países onde é muito comum, é muito usado como lenha, pois arde relativamente bem mesmo quando está verde. Devido à alta flexibilidade e resistência à quebra, foi usada tradicionalmente para cabos de ferramentas, raquetes de ténis e tacos de bilhar. É também usada em instrumentos musicais, principalmente guitarras eléctricas e revestimento de móveis de escritório.

Espécies de Madeira - Maple


Origem: América Norte
Nome científico: Acer saccharum, A. nigrum
Designações Comerciais: Hard maple; American hard maple; Sugar maple; Black maple

Todas as espécies do gênero Acer são conhecidas como ácer, bordo, maple (inglês), arce (espanhol), acero, atilo.

É a madeira mais tradicional no fabrico de instrumentos musicais. É também muito versátil podendo ser utilizada em braços e corpo sólido de guitarras e baixos, lateral, fundo e braço de instrumentos acústicos, tampos arqueados, top em sólidos combinados com outras madeiras na base, pontes na família dos violinos e escalas em sólidos e acústicos. É muito utilizado para o fabrico de guitarras e baixos. Outros usos são cajones, bateria, fundo de violino, mecanismos em pianos, voluta, cabo e cavalete de violino, viola e violoncelo, gaitas-de-fole. A madeira de sugar maple (Acer saccharum) é também conhecida como hard maple. Maple é considerada uma madeira tonal (tone wood) ou acústica, ou seja, madeira que transmite bem as ondas sonoras e é utilizada em inúmeros instrumentos como violão, guitarra etc. Segundo o luthier Luciano Faria o maple preferido pela maioria dos construtores de instrumentos musicais é o europeu (Acer pseudoplatanus) por ser mais leve e claro que o americano.

Obs.: há uma divisão entre os maples: hard (duro) e soft (macio). São considerados hard maple: Acer nigrum e Acer saccharum. São considerados soft maple: Acer saccharinum e Acer rubrum. Segundo um fórum de discussão na internet, só os soft maples são utilizados para corpos de guitarra e só os hard maples podem ser utilizados para braço.

Hard Maple é uma das espécies da madeira de Maple que só nasce na Virgínia Ocidental por razões climáticas. Pode chegar até 35 m de altura, sendo que aos dez anos de vida atinge 5 m. A cor das suas folhas é variada, desde a cor laranja ao amarelo vivo, passando pela fluorescência e vermelho alaranjado. Desde os primórdios, o Hard Maple é uma madeira favorita dos fabricantes de móveis americanos.

Para além da beleza natural da sua textura, os colonos americanos atribuíam-lhe outras finalidades, como por exemplo o reaproveitamento das cinzas para fazer sabão.


História

“Hard Maple: Uma doce história

Madeira da América do Norte é fonte de um dos alimentos mais tradicionais do cardápio estadunidense e canadense

A madeira da Maple Tree, árvore de nome científico Acer saccharum, é um dos produtos florestais mais conceituados do mundo, mas tem um lado que nem todo mundo conhece. Além de ser a madeira extraída da árvore símbolo dos estados americanos de Winsconsin, Vermont, Nova Iorque, Virgínia do Oeste e do Canadá, ela proporciona um toque de originalidade à alimentação norte-americana, principalmente no café da manhã. O Maple Syrup, um xarope parecido com melado, muito apreciado para acompanhar panquecas, waffles, torradas, pães de milho e sorvetes, tem origem nas entranhas da Sugar Maple. Durante as noites frias e os dias quentes do fim do inverno, a árvore está mais propensa a verter uma seiva de sacarose, de onde se extrai um líquido claro como água, que se transforma em Maple Syrup. O processo de extracção é muito semelhante ao do látex, nos seringais brasileiros, com a abertura de fendas no tronco, por onde a substância escorre. Para se fazer um litro de Maple Syrup é necessário extrair trinta litros da seiva da Maple Tree.

A produção do Maple Syrup está concentrada no nordeste dos Estados Unidos, em associação com a cidade de Quebec, já que o Canadá produz 80% do Maple Syrup do mundo. Em 2005 o país fabricou 26,5 milhões de litros do xarope, a maior parte em Quebec. Os Estados Unidos produziram 3,8 milhões de litros, em 2007.

A folha vermelha no centro da bandeira canadense é uma folha de Maple e, quem for ao Canadá e não provar o Maple Syrup estará perdendo a oportunidade de conhecer um item essencial da cultura gastronómica norte-americana.

A lenda

Conclui-se que os índios americanos foram os primeiros a fazer o Maple Syrup, já que foram os primeiros habitantes da América no Norte e que lá é o único lugar do mundo onde é possível obter a seiva, dadas as condições apropriadas que o ambiente oferece.

Conta-se que, um dia, no começo da primavera, um chefe índio chegou em casa depois de um longo dia de caçada e fincou sua machadinha no tronco de uma árvore, perto de sua tenda, assim como já tinha feito em várias noites anteriores. Como as Maple Trees eram muito abundantes naquela área, o chefe acabou fincando o machado em uma delas.

Na manhã seguinte o chefe acordou e partiu para uma nova caçada, puxando o seu machado do tronco e levando consigo. Por acaso, uma tigela havia sido deixada junto ao tronco da árvore, logo abaixo da rachadura feita pelo machado do chefe. Assim que o calor do sol de primavera bateu na árvore e a aqueceu, a seiva começou a fluir pela rachadura, gotejando directo na tigela.

Ao entardecer, a filha do chefe começava a preparar o jantar, quando notou que precisava de água para cozinhar a comida. Quando passou pela árvore, a caminho do riacho, notou a tigela cheia do que lhe pareceu ser água. Em vez de ir até o riacho, decidiu utilizar a “água” que encontrara na tigela. Ao ferver o jantar no que pensava ser água, a índia notou que o líquido se transformara naquilo que seria o primeiro Maple Syrup produzido. Mais tarde, fazendo pequenas experiências, o chefe e sua filha acabaram descobrindo como e quando fazer aquele novo adoçante natural. Daquele dia em diante o Maple Syrup se transformara em parte importante da dieta dos nativos norte-americanos.”



Propriedades Físicas

O borne tem a cor branca cremosa, com um leve matiz marrom avermelhado.

O cerne varia do marrom avermelhado claro, para o escuro. A quantidade de marrom avermelhado escuro varia significativamente de acordo com o crescimento na região.

Tanto o Borne como o cerne pode conter nódoas medulares. A madeira tem uma textura fina e fechada e geralmente com nervuras rectas, mas também pode apresentar desenhos ondulados, como formas de violinos e nós.

Entre as propriedades está o alto índice de retracção volumétrica e a rápida secagem, o que suscita variações no seu rendimento médio.

A madeira é dura e de grão grosso, com boas propriedades de resistência, particularmente à erosão e ao desgaste. O material também conta com boas propriedades de curvatura a vapor.

Densidade 12% (kg/m³): 705

Retracção (%) Tangencial: 11,9


Propriedades Mecânicas

Módulo Elasticidade (MPa): 12618

Dureza (N): 6450

Nota: Os valores apresentados são apenas dados aproximados, variando de árvore para árvore, ou amostra para amostra.


Durabilidade
Madeira durável. Pouco susceptível ao ataque de fungos e insectos xilófagos.


Propriedades tecnológicas

Maquinação: fácil de trabalhar.

• Secagem: lenta, apresentando uma retracção elevada.

Acabamento: permite bons acabamentos.

Colagem: cola satisfatoriamente.

Recomenda-se o uso da broca antes de usar pregos ou parafusos.

Com cuidado, é possível obter bons resultados com processo mecânico, com o torneado e a colagem.

Pintada e polida, a madeira oferece um acabamento extraordinário.


APLICAÇÕES

Mobiliário; Carpintaria de interior; Fabrico de pianos; Artigos de Desporto; Torneamento; Folha decorativa: muito apreciada; Painéis contraplacados.

Adesão - Cola de Caseína

As colas têm sido utilizadas por milhares de anos para uma grande diversidade de aplicações, sendo que até o início deste século as principais matérias-primas utilizadas eram de origem animal ou vegetal, como o sangue de alguns animais ou resinas naturais extraídas de folhas e troncos de algumas árvores. Actualmente uma grande variedade de cola é produzida industrialmente a partir de substâncias sintéticas, com a finalidade de se obter propriedades adequadas aos novos materiais, como polímeros, cerâmicas especiais e novas ligas metálicas.


Algumas das colas produzidas pela indústria moderna apresentam alto poder de adesão combinado a uma apreciável resistência a temperaturas elevadas; outras mantêm uma considerável flexibilidade mesmo depois de curadas. Certas colas, como a de carpetes por exemplo, embora eficientes podem apresentar problemas para a saúde por eliminarem substâncias orgânicas voláteis por muito tempo depois de aplicadas.

As colas naturais ainda são recomendadas para aplicações consideradas não especiais, como para colar papéis ou peças de madeira na construção de pequenos objectos de uso doméstico. A cola de caseína, por exemplo, tem um grande poder de adesão e pode ser facilmente preparada.

O seu fabrico é do começo do século XIX.
Na Primeira Guerra Mundial esta cola era muito utilizada na construção de aviões que tinham sua estrutura montada quase exclusivamente por peças de madeira. Uma desvantagem que esta cola apresentava, assim como outras colas "naturais", era a possibilidade de absorver humidade e assim, desenvolver fungos que se alimentavam dela. Algumas ocorrências deste tipo levaram os construtores de aviões a abandonar a cola de caseína, o que parece ter sido uma decisão bastante razoável.

Apesar de terem sido suplantadas actualmente por colas sintéticas. Ainda são empregues nos EUA para armações em lamelado-colado destinadas a construções interiores e em todos os lugares do mundo para o concerto de planadores e para certos tipos de contraplacados.

A caseína é a principal proteína presente no leite (aproximadamente 3% em massa) e é bastante solúvel em água por se apresentar na forma de um sal de cálcio. Sua solubilidade é fortemente afectada pela adição de ácidos que, pela redução do pH, que reduz a presença de cargas na molécula, fazendo com que a sua estrutura terciária seja alterada e, consequentemente, levando-a à precipitação.

Trata-se, no que diz respeito, de técnicas de colagem a frio. Estas colas são fornecidas sob forma de pó e só é necessário acrescentar água em volume igual à quantidade de pó. A massa obtida deve descansar 20 a 30 minutos a fim de se ter uma boa fluidez e viscosidade. Distinguem-se 3 tipos de caseína a frio: a caseína para trabalhos de aviação, a caseína ordinária que serve para a colagem madeira resinosas ou gordurosas, e a caseína contendo anticépticos empregue no fabrico de armações laminadas coladas.

A cola preparada pode ser conservada 8 horas a 10º e 2 horas a 25º, sendo a espessura máxima das juntas de colagem de 5/10m, aumentado a 10% podendo obter juntas mais compactas.


Condições de realização das colagens

Humidade da madeira inferior a 8% mas é possível até 15%.

Prazo de junção aberta 10 a 15 minutos. Pressão a frio 5 Kg/cm3

Duração da pressão, 6 a 10 horas no mínimo.



Emprego das colas de caseína a quente

São referentes principalmente ao fabrico de certos contraplacados de embalagem ou destinados a serem postas em contacto com produtos alimentares.



Inconveniente
A cola de caseína sendo alcalina, mancha as madeiras que contêm tanino (carvalho, acaju)



Quando preparados correctamente, com matéria-prima de primeira qualidade e os processo de colagem seguem um critério tecnicamente aconselhável, os resultados obtidos são perfeitamente satisfatórios.

Espécies de Madeira - Cerejeira

Nome Comercial: Cerejeira (P); Cherry (E); Mérisier (Fr).
Nome Científico: Prunus avium
Família: Rosaceae


Origem/Área de distribuição:
Amplamente distribuída pela Europa. Em Portugal, localiza-se no Norte e nas montanhas da Beira Interior, encontrando o seu óptimo nas zonas onde a influência atlântica domina a mediterrânica

DESCRIÇÃO DA MADEIRA
O borne pouco distinto, apresenta uma cor que pode variar entre o castanho esbranquiçado e o avermelhado.
O cerne é de cor vermelho intenso a castanho avermelhado escurecendo quando exposta à luz
O fio da madeira é direito e o grão é fino e suave.
Possui um odor e gosto muito ligeiro.
Medula: pequena e circular.
Dureza: medianamente dura e medianamente pesada.


CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS
A serragem não apresenta dificuldades particulares, sendo considerada bastante fácil de executar. A secagem é rápida e fácil de executar, apresentando um ligeiro risco de empeno. Não apresenta problemas durante a fase de mecanização, apresentando elevada aptidão para a curvagem, e produção de folha por corte plano. Apresenta elevada resistência ao choque, é uma madeira dura a muito dura. A colagem e acabamento realizam-se sem dificuldades, a pregagem e torneamento estão classificados como regulares.

PROPRIEDADES FÍSICAS
Densidade / Massa Volúmica (12% H): 500-560 Kg / m3
Coeficientes de Retracção:
Volumétrica 11,5 %
Tangencial 4 %
Radial 7 %

PROPRIEDADES MECÂNICAS

Flexão Estática 91 N/mm2
Módulo de Elasticidade 9.000-11.410 N/mm2
Força de Corte 12 N/mm2

«Nota: Os valores apresentados são apenas um valor aproximado, podendo variar ligeiramente consoante a amostra em estudo.»

APLICAÇÕES

A cerejeira é uma espécie muito popular e ornamental, sendo a sua madeira muito procurada desde o século XVII. Hoje em dia, é utilizada em trabalhos delicados para estruturas interiores, folheado, mobiliário, embutidos, artigos decorativos, corrimões de escadarias e instrumentos musicais. Também se usa em oficinas de tornearia e marcenaria.




OBSERVAÇÕES
As belas linhas dos veios de Cerejeira e os ocasionais grupos de nós diminutos, diferenciam a madeira de cerejeira de qualquer outra madeira de folhosa. Apresenta um aspecto sedoso. O aplainamento das faces transversais apresenta tendências a abrir fendas. O Ponto de saturação das fibras situa-se nos 30% de humidade. Boa recepção de produtos de revestimento.

É uma madeira de estabilidade média. Na maquinabilidade, em caso de forte irregularidade, não reduzir o ângulo de ataque a mais de 20o.

Tem um difícil aplainamento nas faces transversais com tendência para abrir fendas. É uma madeira que vai de mediamente nervosa a nervosa, com uma anisotropia alta. As camadas de crescimento são visíveis, de contorno regular e definido.

Quanto à retracção volumétrica é muito retráctil, sendo tanto a tangencial como a radial médias. Apresenta uma boa recepção aos produtos de revestimento, ceras e vernizes, tendo ainda um bom polimento.

As belas linhas dos veios da cerejeira, causam um estranho fascínio. Os ocasionais grupos de nós diminutos com os veios e zonas de resina, tornam a madeira da cerejeira diferente de qualquer outra madeira de folhosa. A superfície, depois de tratada, apresenta um aspecto sedo