Bom Ano Novo

Para os primeiros anos em funcionamento, este jovem blog tem superado as espectativas, estandos perto de atingir 1500 visitas em apenas alguns meses.



A razão que me levou a criar este blog e o pôr a funcionar, é simples, divulgar. Temos consciência de que o material madeira apresenta muitas facetas e funcionalidades, muitas vezes mal utilizadas, devido ao desconhecimento das suas propriedades e capacidades. Devido à falta de informação sobre a área, Engenharia de Madeiras, este Blog pretende divulgar aspectos técnicos importantes e interessantes, relativamente ao material madeira, espécies de madeiras, derivados, propriedades de productos de acabamento e colagem, entre outros.

Perante esta razão, o blog conseguiu todas as semanas dar a conhecer algums aspectos técnicos sobre o material em questão

Prometo continuar, brindando o Ano que se avizinha com mais notícias, publicações e ambições.
Despeço-me por este Ano com apenas com o Desejo de Um Ano Melhor, com uma maior oportunidade de emprego e realização pessoal.

O Pinheiro Bravo: A primeira essência florestal de Portugal

A sua origem alimentou algumas discussões. Introduzida ou originária, o que é fato é que ela se instalou e progrediu enormemente em Portugal, tendo o seu pico de expansão nos anos setenta, que de acordo com o padrão de ocupação florestal da época representava mais de 40% da área florestal.
O século XX foi o grande período da sua expansão. Os grandes programas de arborização promovidos pelo governo de Portugal estiveram na raiz do seu crescimento. As suas características fizeram desta espécie o grande e quase único meio de arborização das dunas litorais e baldios serranos. As suas características de rusticidade e plasticidade, de boa adaptação a solos muito degradados por séculos de uso intensivo, permitiram-lhe expandir-se um pouco por quase todo o território, muito para além do que é a área ótima para o seu desenvolvimento.
Os proprietários particulares adaptaram-na para ocupar muitos dos seus montes, onde durante séculos vegetaram carvalhos e outras espécies que o pastoreio intensivo, o corte das lenhas e as roças de mato acabaram por fazer desaparecer.
Os produtos do pinhal permitiram satisfazer algumas das necessidades básicas das famílias camponesas tradicionais. Foi durante décadas o grande capital de reserva com que as comunidades rurais puderam acorrer a muitas das suas despesas extraordinárias. Das lenhas, aos toros para entivação das minas, passando pela madeira, pelo carvão e pela resina, o pinhal teve uma importância fundamental na economia rural do Centro e Norte de Portugal.




A partir dos anos setenta, o êxodo rural do país veio alterar radicalmente aquilo que tinha sido até ali o modo de vida rural. Espécie florestal intimamente ligada à pequena propriedade, fragmentada e dispersa, o pinhal e a sua economia são um testemunho das grandes mudanças operadas na sociedade rural portuguesa, com o abandono dos campos e a procura, fora das suas comunidades, de formas de vida mais dignas para si e para os seus. As conseqüências para o pinhal são diversas e vão desde o abandono, típico dos espaços rurais profundos, até à sua substituição pelo eucalipto designadamente em espaços rurais intermédios onde as condições socioeconômicas e edafo-climáticas, permitem soluções florestais mais intensivas.
As mudanças iniciadas na década de sessenta do século passado, conduziram os espaços rurais a um circulo vicioso que se auto alimenta, num processo onde o declínio demográfico é a face mais visível do problema, alterando práticas ancestrais de produção de energia e da sua reconversão por processos naturais. A diminuição da intensidade do uso da floresta traduziu-se numa enorme acumulação da maior parte da biomassa produzida, criando grandes massas térmicas prontas a explodir.
A utilização mais tradicional dos pinhais na pequena propriedade, centrada na exploração dos matos, das lenhas, da resina, da madeira para uso próprio e como "mealheiro", num quadro de "não gestão", tem vindo a dar alguns sinais, ainda que ténues, num processo com imensos escolhas, de uma nova lógica mais virada para o mercado, preocupada com os problemas da produtividade, da qualidade dos produtos, fazendo apelo aos novos saberes e tecnologias hoje disponíveis.
Mudanças previsivelmente lentas estas, face aos condicionalismo intrínsecos a própria espécie, mas também ao enquadramento sócio-económico onde este recurso florestal e uma realidade presente e onde apresenta maiores potenciais de crescimento.


Estão, desde há muito tempo, identificados os grande obstáculos que impedem o desenvolvimento harmonioso da fileira do pinheiro bravo, que é uma das duas mais importantes espécies madeireiras, sendo a maioria de sua produção destinada às industrias de serrados.
Do lado da produção, a ausência de uma gestão ativa deste recurso vem sendo apontado como a grande questão que tem estado na origem das baixas produtividades e produções, da degradação do seu património genético através de modalidades de cortes que privilegiam os piores exemplares como garantias da continuidade dos povoamentos, através de um processo de seleção negativo, com consequências desastrosas para as qualidades tecnológicas do material produzido.
A quase absoluta ausência de praticas silvícolas, limpezas, desbastes desrramações, fertilizações, etc. torna o património florestal português um meio excelente para a propagação dos incêndios florestais.


A tendência que tem vindo a desenhar-se nos últimos vinte anos de diminuição da área ocupada e as dificuldades crescentes em assegurar a satisfação das necessidades da industria, traduz bem o contexto social, económico e fundiário extremamente desfavorável em que a nossa principal espécie resinosa tem sabido resistir e sobreviver, e a muito pouca atenção que tem tido por parte dos seus maiores utilizadores. Quase se pode afirmar que a sua presença se faz contra tudo e contra todos, mesmo naqueles casos em que a opção conscientemente assumida por ela se deveu às elevadas ajudas públicas.

A transferência para organizações, profissionalmente cada vez mais estruturadas, as atividades de ordenamento e gestão, no quadro de uma silvicultura multifuncional, racionalizando e tornando mais eficientes as diversas operações florestais, melhorando a qualidade do lenho e organizando as vendas de produtos florestais através de uma política comercial mais agressiva e a prevenção dos incêndios, é uma das vias que deve ser privilegiada no âmbito do desenvolvimento do setor florestal privado de Portugal.
Paralelamente, desenvolver políticas públicas de apoio ao reagrupamento da propriedade, à aplicação de critérios de gestão sustentável e certificação dos produtos florestais, ao melhoramento dos materiais de reprodução, em ordem à obtenção de ganhos de produtividade que permitam, em prazo razoável, aumentar as produções unitárias e os rendimentos dos proprietários.
Enfim, é preciso transformar em realidades as potencialidades identificadas, mas para se atingir tal desiderato é fundamental operar uma nova atitude em todos os intervenientes, ativamente ligados aos grandes óbices ao desenvolvimento sustentável do patrimônio florestal.

Praga do nemátodo beneficia indústria do papel e centrais de biomassa

A industria papeleira e as centrais de biomassa podem beneficiar do recuo do pinheiro-bravo, devastado pela praga do nemátodo e pelos incêndios florestais, destaca o Estudo das Serrações. “Com a libertação do terreno pelo abandono do pinhal, o eucalipto poderá ser o principal beneficiado e, logo, a indústria papeleira”, salienta o documento elaborado pela Associação dos Industriais de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP) em parceria com a Sociedade Portuguesa de Inovação. Os proprietários florestais e as indústrias a montante, como as serrações, aglomerados e mobiliário estão a ser penalizados com o alastramento da praga do nemátodo e admitem o eucalipto como espécie alternativa, acrescentam os autores do estudo.


Também as centrais de biomassa poderão beneficiar dos “efeitos devastadores” desta praga, obtendo matéria-prima em abundância, ao contrário do que acontecia antes quando a biomassa (madeira e desperdícios florestais) recolhida nas matas e florestas nacionais era exportada para países que ofereciam preços mais elevados. As indústrias energéticas de biomassa e de produção de pellets (granulados de madeira prensada para uso em lareiras) consomem 1,9 milhões de toneladas de madeira de pinho por ano, contra 1,750 milhões de toneladas das serrações. Estas áreas florestais têm também diminuído devido à ação dos incêndios. “Mais de 35.000 hectares de floresta arderam até Agosto de 2009, o que representa mais do dobro do total do ano anterior”, refere o estudo.

Apesar de tudo, o documento salienta que os silvicultores portugueses podem responder ao aumento da procura de pinho nos próximos 20 anos desde que sejam observadas determinadas condições, como a melhoria da gestão florestal e a introdução de espécies melhoradas. O estudo refere ainda “a vontade das entidades governamentais de apoiar a extensão e especialização da área florestal, passando da situação atual de 541.700 hectares de povoamentos puros e 245.700 hectares de povoamentos dominantes de pinheiro bravo para um cenário de 860.000 hectares de povoamentos puros em 2030”. O cluster florestal é responsável por cerca de 12 por cento do PIB industrial, 9 por cento do emprego industrial e 12 por cento do total das exportações.
Fonte: Publico Economia/Painel Florestal

Espécies de Madeira - Cedro

Cedro

Nome Científico: Cedrela sp


Família: Meliaceae

Caracteristicas Gerais
Madeira leve, cerne variando do bege-rosado-escuro ou castanho-claro-rosado, mais ou menos intenso, até o castanho avermelhado,


Textura grossa;


Grão direito ou ligeramente ondulado,


Superficie lustrosa e com reflexo dourados;


Cheiro característico, agradável, bem pronunciado em algumas amostras, quase ausente em outras ;


Gosto ligeramente amargo.


PROPRIEDADES FÍSICAS

Massa específica aparente (densidade) a 15% de humidade: 0,53


Retracções(%)(do p.s.f. até 0% de humidade)Radial: 4,0
Tangencial: 6,2
Volumétrica: 11,6
Coeficiente de retrabilidade volumétrica: 0,40


PROPRIEDADES MECÂNICAS
Compressão axial
Limite de resistência (kgf/cm2), madeira a 15% de humidade: 399
Coeficiente de influência da humidade (%): 3,4
Coeficiente de qualidade: 7,5
Limite de proporcionalidade - madeira verde (kgf/cm2): 205
Módulo de elasticidade - madeira verde (kgf/cm2): 98.200




Flexão estáticaLimite de resistência (kgf/cm2)
Madeira verde: 640
Madeira a 15% de humidade: 828

Relação L/F - madeira verde: 28
Limite de proporcionalidade - madeira verde (kgf/cm2): 260
Módulo de elasticidade - madeira verde (kgf/cm2): 85.000



Choque (madeira seca ao ar)
Trabalho absorvido (kgf.m): 2,01
Coeficiente de resiliência R: 0,32
Cota dinâmica R/D2: 1,13



Cisalhamento- madeira verde (kgf/cm2): 72Dureza Janka (kgf): 320Tração normal às fibras - madeira verde (kgf/cm2): 52Fendilhamento - madeira verde (kgf/cm2): 5,9

DURABILIDADE NATURAL
A madeira de CEDRO é considerada de resistência moderada ao ataque de organismos xilófago , segundo observações prácticas a respeito da sua utilização.

TRATAMENTO PRESERVANTE
A madeira de CEDRO, em tratamentos sob pressão, em ensaios de laboratórios, demonstrou ser de baixa permiabilidade às soluções preservantes.

PRINCIPAIS APLICAÇÕES
A madeira de CEDRO, por apresentar retrabilidade linear e volumétrica baixas, e propriedades mecânicas entre baixa e média, é particularmente indicada para partes internas de móveis finos, folhas faqueadas decorativas, contraplacacados, embalagens decorativas, molduras para quadros, modelos de fundicão, obras de entalhe, artigos de escritórios, instrumentos musicais, em construcão civil, como venezianas, rodapés, guarnicões, cordões, forros , lambris em construcão naval, como acabamentos internos decorativos, casco de embarcacões leves, cabos de vassouras, etc. A madeira de CEDRO classifica-se, entre as madeiras leves, que tem mais diversificacão.

História dos contraplacados

Da madeira dos sarcófagos à moderna indústria
Atualmente, as lâminas de madeira são amplamente utilizadas, principalmente na produção de contraplacados e revestimentos. Este produto, entretanto, não surgiu nos actuais tempos modernos, e sim em tempos remotos da civilização. Com base nos recentes conhecimentos históricos, é possível afirmar que a primeira lâmina de madeira foi produzida no Antigo Egito, aproximadamente em 3000 a.C.

Eram pequenas peças, obtidas de valiosas e selecionadas madeiras, que se destinavam a confecção de luxuosas peças de mobiliário pertencentes aos reis e príncipes. As recentes descobertas arqueológicas revelam a existência de peças em madeira que são verdadeiras obras de arte, tais como: O trono encontrado na tumba de Tutankamon, que reinou de 1361 a 1352 a.C., confeccionado em cedro revestido com finas lâminas de marfim e ébano; uma cama feita em borne, que apresenta algumas características essenciais do moderno painel de contraplacado na cabeceira.




O estudo dessas valiosas peças de madeira, comparados às técnicas de produção das lâminas e aos tipos de adesivos empregues, ainda provocam especulações. Acredita-se que as lâminas eram obtidas a partir de serras manuais, e o alisamento da superfície destas através de material abrasivo, provavelmente a pedra-pome. Quanto aos adesivos empregues, é aceite a hipótese de que fossem à base de albumina. As civilizações Assírias, Babilônicas e Romanas, posteriores à Egípcia, também promoveram avanços no uso de laminados e, certamente, com grande influência desta última.

Período Obscuro
A Idade Média é conhecida como o período obscuro, por causa da opressão política e eclesiástica ao pensamento criativo, interesses culturais e atividades artísticas, e isto ocasionou uma longa estagnação na evolução. Esta só ressurgiu no período do Renascimento (Europa nos séculos XIV, XV e XVl), principalmente durante o reinado de Luiz XV, quando os trabalhos artísticos em madeira e a laminação reviveram.

Em 1650 as lâminas ainda eram obtidas por meio de serras verticais, mas um forte impulso surgiu a partir da patente da serra circular, em 1777, por Samuel Miller, embora já existissem desde a idade média, e da serra de fita em 1808, por William Newberry. A partir da introdução da serra circular na indústria inglesa em 1805, houve um grande avanço na laminação de madeira, principalmente com o advento da primeira patente de uma serra circular específica para laminação, concedida a um mecânico francês em 1812, e deu emprego pela indústria a partir de 1825. Estas serras, geravam uma grande quantidade de resíduos, o que levou ao surgimento da primeira máquina laminadora por faqueamento, patenteada por charles Picot em 1834 na França, embora cerca de 30 anos tenham sido necessários para que um modelo suficientemente eficaz e seguro surgisse.

A base do surgimento da indústria de contraplacados foi o grande progresso na manufatura de lâminas de madeira, principalmente com o surgimento do torno desfolhador, que possibilitou uma produção económica em massa de lâminas de madeira. A primeira máquina a produzir lâminas contínuas, por faqueamento de toros em torno desfolhador, surgiu em 1818. Entretanto, nos E.U.A., existe uma patente de torno laminador de 1840 concedida a Dresser e, na França, outra, concedida a Garand, em 1844. Neste processo, os toros possuíam, normalmente, 2m de comprimento e a velocidade de laminação situava-se na faixa de 4 a 5 m/min. Essas máquinas possuíam um ajuste vertical da lâmina de corte, e a barra de pressão já se encontrava em uso.

Pioneirismo
As primeiras indústrias a produzirem lâminas de madeira surgiram na Alemanha em meados do século XIX e, um rápido desenvolvimento e aperfeiçoamento nos tornos laminadores contribuiu para a evolução da indústria de contraplacados. O emprego das lâminas de madeira torna-se mais significativo a partir dos séculos XVIII e XIX, quando importantes peças de mobiliário foram confeccionadas, tais como o "Bureau de Campagne" de Napoleão, folheada com jacarandá da Bahia, e a introdução do contraplacado no fabrico de pianos de cauda, realizada por Steinway, um fabricante americano de renome de pianos, em 1860.

Com o advento da Primeira Guerra Mundial, além do surgimento de novos adesivos, houve uma acentuada evolução na produção de lâminas e contraplacados, devido à utilização destes produtos na área militar.

A construção dos primeiros aviões também utilizou contraplacado e lâminas de madeira, e alguns deles foram bem famosos como o Fokker D. VII, um Biplano de combate da Primeira Guerra Mundial.


Com o fim da guerra, após 1918, os maiores consumidores de contraplacados foram a indústria moveleira e os estaleiros, estes últimos voltados para a reconstrução da frota mercante, o que ocasionou um grande crescimento na indústria de laminação.

O derradeiro impulso deu-se com o advento da Segunda Grande Guerra Mundial, com o desenvolvimento e automação dos sistemas de produção contínua, proporcionando uma gama crescente de produtos de qualidade superior e menores custos.

Durante o Conflito da Segunda Guerra, a indústria aeronáutica desenvolveu importantes projetos, sendo um dos mais destacados o De Havilland 98 Mosquito, aeronave de ataque inglesa, que possuía a característica de ter sua estrutura inteiramente confeccionada em madeira, e seu forro formado por um sistema semelhante a um contraplacado, com núcleo de madeira maciça, que proporcionava um conjunto muito estável, dispensando reforços adicionais. Estas características tornavam a aeronave menos vulnerável aos danos de combate, sendo seus painéis facilmente substituíveis quando necessário. De 1941 a 1945 foram produzidas 6.711 unidades, sendo que uma versão atingia velocidade máxima de 670 km/h.

Diversificação
A presente utilização dos produtos de laminação encontra-se bem diversificada, por exemplo, nas peças componentes de uma moderna casa de madeira (pisos, forros, paredes internas e externas, telhados...), na confecção de embarcações, na produção de embalagens especiais resistentes a exposição ao tempo, no fabrico de instrumentos musicais e desportivos, assim como na construção civil, que muito emprega o contraplacado, além de outras possíveis e prováveis aplicações.

Na actualidade, ocorre a tendência da globalização da economia mundial, ocasionando uma nova revolução industrial, compreendendo reestruturações e rápidas modernizações nas indústrias, a fim que estas se tornem aptas a produzir produtos com qualidade superior, a menores custos e uma maior competitividade no mercado internacional ISO9000, que logo será intensificada pela Norma ISO 14000.

A indústria de laminação acompanha esta tendência modernizando os equipamentos e as técnicas, introduzindo modernas máquinas desenroladoras, capaz de processar toros de até 2 metros de diâmetros com velocidade de 600 rotações por minuto, controlo computadorizado, carregamento automático e centralizadores eletrónicos de toros, além do desenvolvimento do sistemas de medição óptica de toros, assim como modernas guilhotinas e secadores, entre outras tantas inovações.

Laminação de Madeira

No passado, as lâminas de madeira natural utilizadas para revestimento de superfícies de madeira eram cortadas com serras mecânicas alternativas. Era um processo lento, de custo elevado e que não possibilitava obter o aproveitamento total da peça original pois perdia-se pelo menos o equivalente à espessura da serra.

Além do mais, as lâminas obtidas tinham espessura acima de 2mm o que resultava num baixo índice de aproveitamento (cerca de 200m2 de lâminas por m3 de madeira maciça).

Graças ao desenvolvimento tecnológico na área da mecânica e da eletro-eletrônica, aliado a um melhor conhecimento das essências disponíveis é hoje possível obter lâminas decorativas de madeira natural de 0,63mm a 0,7mm (1/40" a 1/36") de espessura.

Isso resulta num índice de aproveitamento de até 100% pois obtém-se até 1587m2 de lâminas de cada m3 de madeira maciça. Isso é possível graças a drástica eliminação das perdas e a pequena espessura das laminas obteníveis.


TIPOS DE LAMINAS
LAMINAS DE DESENROLO: São laminas utilizadas provalentemente no fabrico de contraplacados e têm espessura de 1 a 3mm. São obtidas por desenrolamento contínuo, isto é, o toro (maciço) é colocada entre as ponteiras de uma máquina semelhante a um torno e encosta-se nela uma faca comprida em posição tangencial. Faz-se a peça roliça girar de encontro à faca e a lâmina contínua é retirada à semelhança do desenrolar de uma bobina de papel.


LAMINAS FAQUEADAS: Estas laminas são exclusivamente utilizadas para revestimento de superfícies de madeira (contraplacados, aglomerados ou MDF) ou até paredes. O toro é dividido em sectores especiais tendo em vista a obtenção dos desenhos mais agradáveis. A peça selecionada, previamente mergulhada num banho de água quente é fixa por garras e levada de encontro à faca num movimento vertical. O avanço é automático e ajustável, permitindo obter laminas de 0,63 a 0,7mm (1/40" a 1/36"). A espessura é também determinada pela natureza da madeira. Assim, consegue-se laminas finas de madeiras como figueira, imbuia e amapá. Madeiras como a sucupira e o ipê dão laminas mais grossas.

DEFEITOS

FENDAS NAS BORDASLaminas de madeira de boa qualidade deverão estar com as bordas rectas, bem cortadas e isentas de fendas. As fendas poderão aparecer no processo de faqueamento ou, mais frequentemente, durante o manuseio. Laminas enroladas para transporte estarão mais sujeitas a apresentarem fendas nas bordas.

FENDAS NO TOPOSão fendas frequentes que poderão aparecer em função das variações de temperatura e humidade do ar ou devido a um manuseio descuidado. Normalmente a maioria das fendas até 25/30cm de extensão são aceitáveis e a lamina afectada será totalmente aproveitável. Fendas maiores deverão ser consideradas caso a caso em função do preço e do interesse que a peça despertar.

ONDULAÇÕESTodas as laminas de madeira natural podem apresentar ondulações de algum grau localizadas em toda a extensão da peça. São mais frequentes em laminas como as imbuias, amapá, marfim. Menos frequentes em laminas de figueira, sucupira, cedro e mogno. A ausência de ondulações valoriza a lamina pois facilita a sua aplicação. Laminas com ondulações acentuadas devem ser previamente submetidas à acção da prensa por 15 minutos após estarem levemente humedecidas (não molhadas!). Coloque a lâmina de madeira entre duas folhas de plástico de polietileno e leve à prensa.

FENDAS NA FACE
Este defeito inutiliza aquela região da lâmina onde estiver presente.

ESPESSURA DESIGUALA espessura das laminas de madeira deve ser uniforme em toda a extensão. A região de menor espessura poderá ser inutilizada pois a cola vai afetar a face oposta e também por não permitir uma lixagem adequada. Além do mais, a acção da prensa poderá não surtir efeito nessa área.

MANCHASLaminas de madeira que, em algum momento, tenham sido expostas à humidade poderão apresentar manchas provocadas por fungos. Essas laminas devem ser descartadas. A acção da luz solar directa ou a presença de luminosidade intensa ou por período prolongado afectará irreversivelmente a área da lamina atingida.

FUROSLaminas obtidas de madeiras com nós, apresentarão furos em algum grau ou extensão. Dada a beleza dessas lâminas, os furos devem ser adequadamente calafetados ou evitados, racionalizando o uso da lâmina, aproveitando a parte íntegra e uniforme.

MANUSEIO

Ao retirar uma lamina de uma pilha não puxe-a. Retire primeiro as de cima.

As laminas são frágeis. Não tente dobrá-las nem curvá-las excessivamente.

Não tente lixar laminas de madeira sem antes colá-las numa superfície rígida.

Ao deslocar uma ou mais laminas, caso esteja sozinho, junte as extremidades e segure-as para o alto com ambas as mãos.

Não despreze os retalhos.
ARMAZENAMENTO
Mantenha as laminas numa posição horizontal, ao abrigo total da luz e longe da humidade. O ambiente deve ser seco, fresco, não abafado e longe do pó. Cubra totalmente as laminas de madeira com um plástico preto.